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Punk de raiz

Buzzcocks voltou ao Brasil para mostrar o repertório de seus primeiros discos na Clash Club, em São Paulo

Por Stella Rodrigues Publicado em 26/11/2010, às 11h42

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Apresentação de um dos maiores nomes do punk, o Buzzcocks - Divulgação/Otavio Sousa
Apresentação de um dos maiores nomes do punk, o Buzzcocks - Divulgação/Otavio Sousa

Moicanos, tachinhas, rodas de pogo e muito couro. Esses símbolos classicamente associados ao punk estiveram todos presentes na Clash Club na última quinta, 25. Três anos depois da sua última passagem pelo Brasil, o Buzzcocks (que esteve no país em 1996, 2001 e 2007) desembarcou em São Paulo para fazer a apresentação final de sua turnê mundial Another Bites, em que a banda se propõe a tocar músicas do início da carreira: trabalhos de seus primeiros dois discos de estúdio, os consagrados Another Music in a Different Kitchen e Love Bites, do EP Spiral Scratch e da coletânea Singles Going Steady, que reúne os singles - e seus respectivos lados B - lançados pelo grupo no Reino Unido entre 1977 e 1979. Este último disco, inclusive, figura no número 358 da lista da Rolling Stone EUA dos 500 maiores álbuns de todos os tempos.

O show começou por volta das 23h20 para uma casa apinhada de gente esperando para ouvir os sons dos primórdios do Buzzcocks, um dos maiores nomes do mundo. Logo de início, a apresentação teve "Boredom" e "Fast Cars", que colocaram fogo na plateia. Barulhento, o quarteto liderado pelo membro original Pete Shelley fazia sair um som ensurdecedor das caixas de som, que deve ter deixado aqueles que estavam no gargarejo com um belo zumbido nos ouvidos, puro punk rock. A cada tradicional "one, two, three, four", uma nova e sonora porrada nos ouvidos.

Steve Diggle, que está com a banda desde os seus primórdios, mostrou-se o mais simpático. Enquanto o resto do grupo não parecia ser muito dado a firulas - estavam lá para tocar, resgatar as raízes do punk, e foi o que fizeram, mandando um clássico atrás do outro - o guitarrista/vocalista/ex-baixista do grupo se comunicava com os fãs entre um longo solo e outro, dançava e parecia pirar tanto quanto o público com o som que saía dos instrumentos.

Dono de faixas de curta duração, o Buzzcocks pôde fazer um set list bem longo para um show que teve pouco menos de 1h30. Entra as faixas escolhidas, "Sick City", "Noise Annoys", "I Don't Mind" e "I Believe", que fechou a primeira parte da performance.

O bis, como já é tradição, trouxe aquelas músicas que todos esperaram o show inteiro para ouvir. Em uma só voz - e em alto volume - a Clash Club cantou "Oh Shit" e as duas músicas que talvez sejam os maiores sucessos do Buzzcocks até hoje: "Ever Fallen in Love (With Someone You Shouldn't've)" e o primeiro single lançado por eles, "Orgasm Addict".

The Adolescents

Em sua primeira passagem pelo Brasil - e em um encontro inédito com os Buzzcocks, a banda californiana The Adolescents tinha a missão de abrir a noite. Subiram ao palco por volta de 21h30 e encontraram na plateia diversos fãs próprios, fugindo da maldição da banda de abertura que está lá apenas para "fazer o esquenta". Inauguraram o show razoavelmente curto, de menos de uma hora, com "No Way". Dentre as faixas do setlist, as que mais empolgaram foram "I Hate Children" e "Rip it Up". Tony Cadena, suando muito, agradeceu bastante a presença de todos, mas se concentrou mesmo em tocar, trocando poucas palavras com a plateita. Apenas no final, antes de cantar "Kids of the Black Hole", o vocalista da banda falou um pouco mais, dedicando a faixa ao Buzzcocks e explicando que quando começaram, queriam chegar o mais perto possível do som deles e que aquela música era resultado dessa tentativa.

O The Adolescents ainda tem mais duas apresentações marcadas no Brasil. Nesta sexta, 26, faz show em Curitiba, no Bar Ambiental. Depois, segue para Santos, onde a performance será no Bar & Café Santista, antigo Casarão, no próximo sábado, 27.