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R.E.M. apresenta Accelerate no festival SXSW

Site da Rolling Stone reporta direto do Texas; saiba como foram os outros shows desta quarta-feira, 12

Mateus Potumati, do Texas Publicado em 13/03/2008, às 18h06 - Atualizado em 14/03/2008, às 08h03

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Fatal Flyin' Guilloteens: circo de fazer inveja a Iggy Pop - Janaina Felix
Fatal Flyin' Guilloteens: circo de fazer inveja a Iggy Pop - Janaina Felix

Foi apenas o primeiro dia, e o SXSW 2008 já teve apresentações históricas. Tudo terminou com o muito aguardado show do R.E.M. e a superlotação do Stubb's Amphitheatre - que, apesar do nome, é basicamente um quintalzão nos fundos de um bar.

Aproximadamente 70% das pessoas que tentaram entrar não tiveram sucesso - a lotação estava quase esgotada duas horas antes do show -, mas os privilegiados que passaram pela porta puderam ver em primeira mão as músicas de Accelerate, disco novo do grupo que será lançado no final do mês e que tem recebido elogios efusivos da imprensa. Devido a um engenhoso trabalho de marketing realizado em sites de relacionamento e em blogs, que incluiu um site onde os fãs poderiam editar a faixa "Supernatural Superserious", várias pessoas cantaram em coro algumas das músicas novas. O show teve também alguns antigos sucessos do grupo como "Fall On Me".

E tudo começou com o showcase animado do trio indie-folk Akron/Family, que se apresentou no Brasil em 2007, no Resfest. Em um show bem humorado no palco montado no Austin Convention Center, o grupo do Brooklin trouxe todos os seus brinquedos para o palco, embalando melodias e vocais neohippie com samples eletrônicos, violão e tambores indígenas. Interagindo muito com a platéia, a banda arrancou risadas e reações animadas.

Na seqüência, os também nova-iorquinos Ra Ra Riot trouxeram ao palco violinos e violoncelos, e, embora tenham causado menos entusiasmo na platéia, entregaram uma apresentação coesa, que se situa entre um Arcade Fire e um The Cure adolescente.

Van Morrison

A partir das 6 da tarde, uma pequena multidão tomou o rumo do La Zona Rosa, onde o lendário compositor irlandês Van Morrison faria o primeiro show imperdível do dia. E mesmo assim muita gente perdeu: como Van Morrison foi escalado uma semana antes do início do festival, boa parte do público não ficou sabendo da apresentação. Isso, porém, não impediu que uma fila de milhares de pessoas dobrasse o quarteirão do La Zona Rosa, muitos dos quais não conseguiram entrar.

Com músicos experientes, o show se concentrou nas músicas inéditas do novo disco, Keep it Simple, que será lançado em março no Reino Unido e chega aos EUA no mês seguinte. Morrison tocou também canções de seus últimos discos, Magic Time e Pay The Devil, além de composições dos anos 1970 e 1980. O presente aos fãs veio com "Beside You", do clássico Astral Weeks, de 1968. Uma apresentação inesquecível em todos os sentidos, seja pelo seu valor histórico, seja pela entrega e musicalidade de uma banda que preencheu o espaço com timbres e melodias etéreas.

À noite, a grande surpresa foi o showcase do selo French Kiss, de Nova York. No palco ao ar livre montado no Mohawk, o trio de Milwaukee Call Me Lighting fez uma apresentação vigorosa, cheia de riffs de guitarra heavy metal com intenção punk, transitando de Led Zeppelin e Blue Cheer a Minutemen. Se o show do Call Me Lightning já havia sido uma bela revelação, as expectativas foram atropeladas pelo show do Fatal Flyin' Guilloteens. Baseado em Houston, Texas, o quinteto fez um show altamente combustível. Enquanto o vocalista se jogava no chão e surfava nos braços da platéia, criando um circo de fazer inveja ao Iggy Pop dos anos 60, as duas guitarras produziam um combo de barulho e riffs esquizofrênicos. Logo depois, ainda, o pioneiro grupo punk feminino Slits mostrou que ainda tem sangue de sobra.

No texto de amanhã, sexta, você vai ler sobre Lou Reed e os brasileiros do Lucy and The Popsonics.