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"Eu era o maior fã do Nirvana", diz Rivers Cuomo, vocalista do Weezer

Cuomo fala sobe a relação de amor complicada que tem com os gigantes do grunge

Simon Vozick-Levinson Publicado em 20/02/2014, às 18h17 - Atualizado às 19h58

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Rivers Cuomo no último festival Bonnaroo, nos Estados Unidos, em 12 de junho de 2010 - AP
Rivers Cuomo no último festival Bonnaroo, nos Estados Unidos, em 12 de junho de 2010 - AP

Rivers Cuomo, do Weezer, contatou a Rolling Stone EUA para falar sobre seu amor pelo Nirvana. Veja abaixo o que ele contou.

“De certa forma, eu sinto que era o maior fã do Nirvana nos anos 1990. Sei que tem um zilhão de pessoas que alegariam a mesma coisa, mas eu era tão apaixonado pela música da banda que ficava doente. Partiu meu coração. Posso apontar o momento exato quando soube da existência do Nirvana: eu trabalhava na Tower Records, na Sunset Boulevard, em 1990, vivendo meu ano de transformação entre ser um guitarrista de speed-metal da Nova Inglaterra e um cantor e compositor alternativo. Eu fui educado pelos empregados mais conectados da Tower. Me recordo que eles tocaram ‘Silver’ para mim, e eu imediatamente me apaixonei. Tinha a agressão de que precisava, tendo crescido como um metaleiro, mas com uma forte progressão de acordes, a melodia contagiante e emocionante, e as letras tão doces, nostálgicas e cheias de dor. Aquilo soava como se viesse da parte mais profunda de mim – uma parte que eu não tinha ainda chegado perto de colocar na minha própria música.

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“Um pouco depois, eu estava em uma banda chamada Fuzz, com o Pat Wilson, do Weezer. A gente ouvia o [disco] Bleach toda noite antes de ensaiar. Foi nessa época que eu comecei a cantar – ate então, eu era apenas guitarrista – e eu soava como Kurt, muito Seattle. É bem difícil ouvir isso agora. Kurt foi o melhor cantor de todos os tempos, no meu gosto, mas eu estava basicamente tentando cantar com uma voz que eu não tenho.

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“Quando Nevermind saiu, meu colega de casa tinha o CD. A princípio, confesso que pensei: ‘Isso é tão requintado e comercial.’ Era um pouco chato. Mas depois eu estava, tipo, ‘essa é a melhor música de todas.’ Era bem parecido com o que eu queria fazer. Pensei, ‘eu consigo compor uma progressão de acordes como essa. Eu sei fazer melodias como essas. É algo que eu posso fazer.’ Isso foi bem quando o Weezer começou. Eu provavelmente escrevi ‘The Sweater Song’, ‘The World Has Turned and Left Me Here’ e ‘My Name Is Jonas’ naquele mês – todas as primeiras músicas do Weezer – e aí a gente ensaiou pela primeira vez em fevereiro de 1992. É impossível negar que Nevermind nos inspirou fortemente a correr atrás de tudo.

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“Nós estávamos no estúdio fazendo o Blue Album quando In Utero saiu, e éramos da mesma gravadora do Nirvana, então ouvimos o disco logo que foi feito. Aquilo só aprofundou nosso amor por Kurt. Em algum lugar da minha mente, à época, havia a esperança e o medo de que um dia eu pudesse encontrá-lo. Eu adoraria tê-lo conhecido – mas, novamente, eu tinha medo disso, porque eu tinha certeza de que ele iria desprezar minha música e tudo que representava.

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“Quando terminamos o disco, eu estava matriculado em uma faculdade pública de música. Eu me lembro de sair da aula e meus amigos me contarem que Kurt havia morrido. Foi como um soco no estômago – não apenas para mim, mas para todos no Weezer. Todos sofreram com isso. Era bem difícil ouvir qualquer outra música por semanas depois daquilo. Tudo soava superficial. Nada era tão sincero como a música do Nirvana. Demorou muito para eu aceitar que outro tipo de música poderia ser boa, à sua maneira. Incluindo a minha.”