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Robert Plant descarta a ideia de uma turnê do Led Zeppelin: “Eu não faço parte de uma jukebox”

“Na época da apresentação na O2 estávamos crentes de que haveria mais shows”, diz Jimmy Page à Rolling Stone EUA

ANDY GREENE Publicado em 08/05/2014, às 15h28 - Atualizado em 09/05/2014, às 13h14

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<b>16 - 1995 - Led Zeppelin “traz tudo para casa”: </b>
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Robert Plant, Jimmy Page e John Paul Jones superam a tensão que havia na banda e fazem um set épico na cerimônia de introdução deles ao Hall da Fama.  - STE GOUGH/DIVULGAÇÃO
<b>16 - 1995 - Led Zeppelin “traz tudo para casa”: </b> <br> Robert Plant, Jimmy Page e John Paul Jones superam a tensão que havia na banda e fazem um set épico na cerimônia de introdução deles ao Hall da Fama. - STE GOUGH/DIVULGAÇÃO

Poderia ser a maior turnê da história do rock and roll, lotando estádios e superando até as empreitadas recentes de U2, Roger Waters e Rolling Stones. Bastava concordar com uma turnê de dois anos, juntar patrocinadores e cobrar preços exorbitantes pelos ingressos e material de divulgação, e o Led Zeppelin poderia ser o primeiro em todos os tempos a faturar U$ 1 bilhão em uma única turnê. Eles passaram quase um ano se preparando para o show de reunião em dezembro de 2007, na O2 Arena, em Londres. Mas justamente quando os integrantes, produtores do show e fãs por todas as partes do mundo estavam cheios de expectativas – seria a primeira turnê do grupo desde 1980 –, Robert Plant se afastou do grupo e nada o faria mudar de ideia.

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Faz quase sete anos desde aquele show, e o assunto de que o Zeppelin abortou a turnê ainda incomoda Plant, que foi a um pub próximo à sua casa, no norte de Londres, para conversar sobre a nova série de lançamentos do grupo. Para explicar a decisão de não tocar com o Zeppelin, os olhos dele quase saltam dos olhos. “Você vai voltar à mesma merda de assunto”, ele diz, possesso. “Uma turnê seria um miscelânea de interesses e seria a essência de tudo que não presta em grandes shows de rock. Nós estávamos cercados por um circo de pessoas que tocariam fogo em nossas almas. Eu não sou parte de uma jukebox!”

Quase todos os colegas de Plant ficam felizes em lidar com esse tipo de circo, considerando as insanas recompensas financeiras. “Boa sorte para eles”, ele ri. “Espero que estejam chegando à meia idade de maneira fascinante e maravilhosa. De algum modo, eu não acho que eles estão.”

Não é preciso dizer que Jimmy Page tem uma visão bem diferente da situação. “Algumas coisas ficam sobrando se você faz apenas um show”, ele afirma. “Na época da apresentação na O2, estávamos crentes de que haveria mais. Você terá que perguntar ao Robert porque ele mudou de ideia. Não sei nem se ele considerou isso. Não sei o que ele pensa.”

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Quando Robert Plant se afastou do grupo depois do show na O2, Page, John Paul Jones e Jason Bonham continuaram a ensaiar juntos nas Inglaterra, até mesmo fazendo audições com outros cantores para uma possível turnê sem Plant. Muitos nomes ainda permanecem em segredo, mas Steven Tyler e o frontman do Alter Bridge, Myles Kennedy, admitiram que passaram alguns dias tocando com o grupo.

“Cantores estavam sendo atirados em nós de todos os lados”, conta Page. “O material que nós tínhamos em mãos era realmente muito bom. Obviamente, as outras pessoas queriam que a gente excursionasse o mais rápido possível. Não estava me sentindo confortável. Tocar com outro cantor poderia parecer extremamente egoísta. Queria ver aonde poderíamos chegar musicalmente.”

Os planos de entrar em turnê foram colocados de lado e Page, Jones e Bonham continuaram a ensaiar secretamente em 2008. Eles só pararam quando John Paul Jones recebeu uma oferta de Dave Grohl e Josh Homme para tocar baixo no supergrupo Them Crooked Vultures. Ele aceitou avidamente. “Eu acho”, diz Page, “que aquilo seria algo definitivo.”

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O Them Crooked Vultures excursionou em 2009 e 2010, e o Led Zeppelin não se juntou novamente em nenhuma formação quando a turnê chegou ao fim. A essa altura, qualquer tipo de turnê – com ou sem Robert Plant – parece extremamente improvável. “As pessoas me perguntam quase todo dia sobre uma possível reunião”, diz Jimmy Page com um suspiro. “A resposta é ‘não’. Faz quase sete anos desde aquela apresentação. Há sempre a possibilidade de que eles possam me desenterrar e me colocar em cima do palco em um caixão e colocar um playback.”

Dito isso, Plant se recusa a fazer a pose de chato para sempre, revelando a possibilidade de estar à frente do Led Zeppelin novamente. “Não acho que haja alguma razão para eu fazer isso”, ele diz. “Por outro lado, não temos nada a esconder... Tudo vai se desenvolvendo naturalmente. Todas as portas estão abertas. Todas as linhas telefônicas estão abertas. Eu não escuto nada de ninguém. Falar é fácil... Só acho que tudo tem de ser novo.” Mas isso não quer dizer que ele está aberto à ideia de gravar músicas novas com o Zeppelin. E ele se mostra claramente irritado com esse tipo de pergunta.

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Estranhamente, ele está entre as poucas pessoas que acham que era uma boa ideia para o Led Zeppelin seguir em frente sem ele. “Eles continuaram ensaiando depois de O2 e eles tinham um cantor”, diz Plant. “Não sei o que aconteceu. Soou como uma boa ideia para mim.”

Plant dá a impressão de que vai mudar de ideia, e então volta atrás. “Você sabe por que o Eagles disse que eles se reuniriam quando ‘o inferno congelar’, mas voltaram e continuaram a fazer turnês juntos do mesmo jeito?”, ele pegunta. “Não é porque eles ganhavam uma fortuna. A questão não é dinheiro. É ficar entediado. Eu não estou entediado”.