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Show dos Rolling Stones no Rio de Janeiro tem emoção no palco e na plateia

Keith Richard ganhou ovação de dois minutos e Mick Jagger falou português e soltou até um "tá favorável" no palco

Ricardo Schott Publicado em 21/02/2016, às 04h23 - Atualizado em 22/02/2016, às 11h38

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Os Rolling Stones fizeram o primeiro show em solo nacional da <i>Olé Tour</i> no Rio de Janeiro - Jacson Vogel
Os Rolling Stones fizeram o primeiro show em solo nacional da <i>Olé Tour</i> no Rio de Janeiro - Jacson Vogel

Parecia mesmo uma despedida. A abertura do braço brasileiro da Olé Tour, dos Rolling Stones, neste sábado, 20, no Estádio Maracanã, trouxe emoção desbragada para os 60 mil fãs do grupo que foram até lá: fosse na lembrança da balada “Angie”, no fato de Mick Jagger preferir se comunicar quase o tempo todo em português, ou então nos quase dois minutos de ovação para um tímido Keith Richards, na hora em que Jagger apresentou os integrantes.

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Sim, foi um showzaço, com pelo menos uma novidade no setlist (“Doom and Gloom”, música recente e pouco lembrada). A apresentação passou por algumas falhas técnicas e um atraso – prevista para 21h30, começou vinte minutos depois por causa de problemas no telão, que falharia em outros momentos posteriormente. De qualquer forma, virou catarse assim que o grupo soltou os primeiros acordes de "Start Me Up", logo na abertura. Depois, viria "It's Only Rock N’ Roll (But I Like It)", bem diferente, com cara mais de rhythm and blues e uma levada mais reta, como se a ideia fosse apagar da música as características dadas a ela por Mick Taylor, guitarrista da gravação original.

Jagger, sempre arriscando palavrinhas no idioma local, e que brincou dizendo "tá favorável" (referência à letra do hit do MC Bin Laden "Tá Tranquilo, Tá Favorável") antes de "Honky Tonk Women", afirmou estar sentindo "um calor do caralho", apresentou o guitarrista Ron Wood como "o mais novo mascote das Olimpíadas" e impressionou com seu fôlego, tendo tomado o primeiro gole de água apenas na sétima música, "Angie", com Keith e Ron Wood em momento acústico. Outra surpresa foi "Paint It Black", cheia de dramaticidade e com Wood tocando cítara. Além de cantar e dançar o tempo todo, o frontman mostrou seu lado músico tocando gaita e guitarra em músicas como “Miss You”, durante a qual se segurou no instrumento por um bom tempo, enquanto Keith Richards saía e voltava para o palco.

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Quem mais se destacou na guitarra foi Ron Wood, em improvisos como os de "Midnight Rambler" (que durou quase 15 minutos, como de costume nos shows do grupo). Richards ficou com o papel de diretor de harmonia, inserindo seus famosos riffs, servindo de ponte entre Jagger e o resto da banda e mostrando a história do rock para todos os espectadores. Pareceu emocionado ao ser homenageado pelo público, que por sua vez se emocionou quando ele lembrou a dolorida "You Got the Silver" (1969), feita para sua então namorada Anita Pallenberg. Charlie Watts, tocando um kit de bateria simplificadíssimo, continua impressionando pela classe aliada ao vigor em músicas como "Jumpin’ Jack Flash", "(I Can Get No) Satisfaction" (que encerrou a noite) e na já citada "Start Me Up".

Seguindo o que estava sendo feito no resto da turnê, os Stones deram quatro opções de músicas para os cariocas escolherem em uma votação e, de forma pouco surpreendente, o público optou pela mais conhecida "Like a Rolling Stone", de Bob Dylan, limando "Live with Me", "Shattered" e "All Down the Line". Mantiveram a tradição de chamar um coral local e convidaram o Coral da Pontifícia Universidade Católica do Rio para dividir as atenções em "You Can't Always Get What You Want", que ganhou um improviso quase rockabilly no final. O clichê "os velhinhos estão com tudo" permanece valendo: muitas canções ganharam improvisos surpreendentes, com Jagger indo até a passarela e fazendo questão de incluir o público na brincadeira.

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Dos músicos de apoio, quem mais merece destaque é Darryl Jones, baixista que está com o grupo desde 1993. Ele mostrou impressionantes solinhos e muito groove em músicas como "Miss You". Sasha Allen, vocalista norte-americana que chegou a participar de uma edição do reality de competição The Voice, é satisfatória e graciosa, e parece não se tensionar quando é desafiada por Mick Jagger – foi ela quem ficou responsável pelos históricos vocais femininos de "Gimme Shelter", com direito a coreografia.

A turnê Olé conta ainda com mais três apresentações no Brasil. Veja mais informações abaixo.

Rolling Stones – Olé Tour 2016

São Paulo

24 (quarta) e 27 de fevereiro (sábado), às 21h

Estádio do Morumbi - Praça Roberto Gomes Pedrosa, 1

Informações: www.ticketsforfun.com.br e premier.ticketsforfun.com.br

Porto Alegre

2 de março (quarta), às 21h

Estádio Beira-Rio - Av. Padre Cacique, 891

Informações: www.ticketsforfun.com.br e premier.ticketsforfun.com.br