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Titãs lança ópera rock 12 Flores Amarelas

Guitarrista Tony Belloto fala sobre o novo projeto da banda paulista

Paulo Cavalcanti Publicado em 22/10/2018, às 12h22

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Silmara Ciuffa/ Divulgação
Silmara Ciuffa/ Divulgação

Os Titãs ainda são uma força a ser considerada dentro do cenário do rock nacional. A banda paulistana, que da formação clássica conta apenas com Branco Mello, Tony Belloto e Sérgio Britto, lança agora 12 Flores Amarelas – A Ópera Rock (Ao Vivo em São Paulo), que sai em CD duplo e DVD, pela Universal Music. Tudo foi gravado em maio deste ano, no Teatro Opus, em São Paulo. É um projeto ousado. Afinal, hoje os artistas preferem lançar trabalhos fragmentados sem nenhum conceito e canções avulsas, geralmente somente via streaming.

O guitarrista Tony Belloto conta como surgiu o projeto: “Fora do Brasil, a ópera rock sempre foi um formato comum e popular”, explica. “Posso citar Tommy (The Who), The Wall (Pink Floyd), American Idiot (Green Day) e outros. Aqui no nosso território, o Odair José tentou algo nos década de 1970 com O Filho de José e Maria. Assim, a ópera rock é algo muito pouco testado aqui. Depois de 36 anos de carreira, percebemos que era hora de tentar alguma coisa diferente, algo que saísse do esquema manjado de álbum de estúdio normal ou então de projeto acústico com convidados”.

Belloto continua: “Concluímos a turnê do álbum Nheengatu em 2016. Aí, o Paulo (Miklos) saiu da banda e começamos a pensar em novas músicas. Mas antes das melodias surgirem, tivemos que inventar uma história”, fala. “Contamos com a ajuda de amigos de nossa geração como Hugo Possolo e Marcelo Rubens Paiva para ajudar a dar formato ao enredo. Viemos com a história de três garotas, que são uma espécie de alter ego da gente. Elas precisam lidar com assédio sexual, aplicativos de relacionamento e coisas assim. A primeira faixa que escrevemos foi ‘Me Estuprem’. A partir daí, criamos as 25 canções do trabalho”.

A missão seguinte da banda foi dar o formato final ao projeto e refinar tudo musicalmente, como fala Belloto: “Depois que escrevemos as canções, dividimos a peça em três atos”, conta. “Chamamos para gravar as vocalistas que estão com a gente, que são a Corina Sabbas, a Cyntia Mendes e a Yas Werneck. Elas são as três Marias, as estrelas do espetáculo”. Segundo o músico, o produtor Rafael Ramos deu a cara final e as canções mostram o ecletismo musical dos Titãs, passando pelo pop, grunge, jazz, stoner rock e pelo rock básico.

Um dos destaques do álbum (e do espetáculo) é a narração de Rita Lee, que serve para ligar os segmentos. O guitarrista Beto Lee, filho da cantora, faz parte dos Titãs há um bom tempo. Então, a participação da mãe seria algo natural. Mas Belloto explica que Titãs e a Rainha do rock brasileiro já são amigos há um bom tempo: “A Rita sempre foi uma amiga querida da gente. A admiração é mútua”, fala. “Ligamos para ela, que topou na hora. Na ocasião, eu estava no Rio de Janeiro, mas o Branco e o Sérgio foram até a casa dela em São Paulo para coordenar a gravação”.

No momento, a banda está apenas divulgando o DVD e o CD duplo. A turnê de 12 Flores Amarelas só irá acontecer a partir de março do ano que vem, já que envolverá uma complexa logística, como cenários especiais, projeções e muito mais. E daqui a alguns anos, o Titãs irá completar 40 anos de carreira. Belloto fala que é um feito importante, mas que é muito cedo para pensar em algo. Mas reforça que irá acontecer algum tipo de celebração. “Nós sempre trombamos com o Arnaldo (Antunes), com o Nando (Reis) e outros ex-integrantes do Titãs. Não sei se rolaria uma reunião com todo mundo. Vamos ver, pode ser. Mas agora, o importante é focar em 12 Flores Amarelas”, conclui.