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Virada Cultural 2013: Mano Brown critica infratores que atuaram no evento

“O rap precisa de gente de caráter, não de malandrão”, disse o líder dos Racionais MC's

Lucas Reginato Publicado em 19/05/2013, às 15h41 - Atualizado em 21/05/2013, às 00h00

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Racionais na Virada Cultural - Rogério Motoda
Racionais na Virada Cultural - Rogério Motoda

O clima era amistoso quando os Racionais entraram no palco às 14h40 deste domingo, 19, 20 minutos mais cedo do que o previsto. Por mais que houvesse certa apreensão devido à confusão ocorrida na última aparição dos rappers na Virada Cultural, em 2007, e um aglomerado gigantesco de fãs ansiosos por ouvir as palavras do ídolo Mano Brown, tudo corria em paz - pelo menos naquele momento. No grande palco montado em frente à Estação Júlio Prestes, era difícil imaginar um ambiente onde Mano Brown e seus companheiros pudessem se sentir mais à vontade.

Entraram em grande número, como usual em aparições na capital paulista, e sinalizadores nas mãos. “Mente de Um Vilão” foi a primeira canção entoada por eles, que se movimentavam no palco e mostravam satisfação em estar ali. Por mais que Mano Brown vez ou outra dê entrevistas com frases de efeito e opiniões sobre tudo, é no palco que ele fica tranquilo para expor suas ideias. “Sabemos que o Brasil nasceu de um estupro, de um sequestro, a gente não tem nada com isso, mas sofremos as consequências”, lamentou, antes de começar os comemorados versos de “Negro Drama”.

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Brown também reclamou do que viu durante a madrugada anterior. “Eu sou da rua, tava na rua”, iniciou antes de disparar: “A gente fala mal da polícia mas eu vi muito ‘ramelão’ fazendo covardia ontem, roubando”. Com autoridades como o prefeito Fernando Haddad e o secretário de cultura Juca Ferreira na plateia, discursou sobre a necessidade de uma melhor preparação profissional para os jovens e sobre a violência nas ruas. “Não pode faltar ninguém na volta!”, repetiu algumas vezes.

Virada Cultural 2013: polícia assiste a arrastão na Praça da República sem tomar atitudes.

Os rappers puxaram para o palco, então, crianças da plateia antes da bela “Oya”, que não é das mais frequentes no repertório do grupo. Também não deixaram de mostrar a mais recente “Mil Faces de Um Homem Leal (Marighella)”, quando convocaram o público para erguer os punhos, e “That’s My Way”, do trabalho solo de Edy Rock.

“O rap precisa de gente de caráter, não de malandrão”, afirmou Brown. O grupo deixou para o fim “Vida Loka (Parte II)” e depois de uma hora se despediu sob aplausos entusiasmados da plateia, que além da rua tomou também árvores e edifícios da região. O show durou pouco mais de uma hora – sem nenhum relato de grandes confusões.

No entanto, durante a noite e a madrugada, houve diversas ocorrências, incluindo duas mortes e arrastões.

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