CSS no palco do Coachella em 2007 -

De Volta para Casa

Após turnê, Cansei de Ser Sexy grava disco "perto da família e dos amigos"

Marcus Preto Publicado em 07/03/2008, às 16h41 - Atualizado em 15/04/2008, às 19h08

O próximo e tão esperado álbum do Cansei de Ser Sexy - ou CSS, como ficou conhecida no resto do mundo a banda brasileira de maior repercussão internacional nesta década - começou a ser gerado assim que o primeiro ficou pronto. Criador compulsivo, o baterista/guitarrista Adriano Cintra enche seu celular de idéias e coleciona cadernos com letras ainda inéditas. A mesma coisa acontece com a vocalista Lovefoxxx, outra das principais compositoras do quinteto. "O mais difícil foi decidir quais músicas levar adiante. Acabamos com 14 faixas, queremos que 11 entrem no disco e as outras três fiquem pra lado B dos singles", conta Adriano.

A síndrome do segundo disco não assombra a banda, diz Adriano, que afirma que assim como no trabalho de estréia, as músicas novas foram feitas sem pretensões: "Eu sinceramente não acho que este novo disco vá revolucionar a história. Estamos felizes com a seleção das músicas, todas podem ser singles - o que já é um avanço em relação ao outro disco. Nosso parâmetro é: 'Essa música vai ser ótima de tocar nos festivais de verão'".

De todo modo, após tantos shows, a banda melhorou consideravelmente com seus instrumentos. "Pra mim, enquanto produtor, é muito melhor que elas toquem bem. Essa história de que ninguém sabia tocar é um inferno, virou uma lenda. O que a gente queria é que ninguém fosse virtuoso. O disco continua sem solos de guitarra. Pra que solo? Espontaneidade pra fazer música quem precisa é músico de free jazz! Somos banda pop, trabalhamos com nossas capacidades. À medida que elas melhoram, nossa capacidade pra reproduzir música fica maior", explica Cintra.

Com lançamento previsto para o final de maio, o novo álbum (sem título definido, mas que pode se chamar Donkey) foi composto quase todo na estrada. "Por ter sido um período de stress - tivemos problema com a pessoa que administrava nosso caixa, tinha dia que eu não tinha dinheiro pra comprar uma garrafa de água, passava fome mesmo -, eu ficava compondo quase 'autisticamente'", Adriano conta. "É um disco mais rock. Eu preparei os arranjos e mostrava pra cada uma: 'Olha, sua guitarra eu imaginei assim'. Daí elas iam tirando, adaptando. No outro disco, as músicas foram feitas em cima de bases eletrônicas. Neste, as músicas nasceram de melodias e letras."

O CSS fez questão de gravar o disco no Brasil, "perto de nossas famílias e amigos". Se o primeiro foi gravado na casa de Adriano e mixado nos estúdios da Trama, o segundo foi gravado na Trama e será mixado no exterior. No dia 15 de março, Adriano parte para Los Angeles para acompanhar o trabalho, que será comandado por Mark Stent. "É o melhor mixer do mundo. Ele faz Madonna, Gwen Stefani, Björk", enumera.

O lançamento está por conta da Sub Pop, que faz o licenciamento para diversas gravadoras/selos mundo afora. "Estamos dizendo para a Sub Pop que gostaríamos que eles licenciassem [o disco] para a Trama, que já fez um ótimo trabalho conosco e é a única gravadora independente de verdade e que tem meios de trabalhar os artistas na proporção certa, sem presepadas mercadológicas. Eles sabem que hoje só compra disco no Brasil quem realmente é aficionado", avalia o líder do CSS. E manda o recado: "Baixem nosso CD sim! E quem quiser comprar porque a capa será bonita, compre". Nada mais coerente com quem nasceu graças à utilização das ferramentas da internet.

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