Lúcio Maia: zumbi solo é Maquinado - André Porto

Maquinado

Guitarrista faz sua ode às máquinas

Alê Duarte Publicado em 15/08/2007, às 11h02 - Atualizado em 11/09/2007, às 11h38

É difícil estabelecer exatamente onde começa o Maquinado. A idéia sempre povoou a cabeça do guitarrista Lúcio Maia (sim, ele mesmo, da Nação Zumbi). "Começou quando decidi trabalhar com música, fazer disso a minha carreira e o caminho que eu queria traçar", diz o homem por trás da máquina. Assim, o conceito é antigo, mas a aparelhagem está mesmo em atividade há cerca de dois anos entre concepção, formatação, produção e, claro, fabricação.

A intenção por traz do surgimento do projeto/banda era a de superar um desafio pessoal. "Eu queria saber se eu era capaz de produzir um disco sozinho. Nesse a parada é só minha, com as minhas idéias e até a produção executiva", revela o músico. "É um tributo à manipulação da máquina, é para enaltecer os aparelhos que estão à nossa volta." Esse conceito está embutido até mesmo no nome do disco, a ser lançado, provavelmente, após o Carnaval. O título, 0 1, é uma referência aos comandos que movimentam os computadores. "É a linguagem do chip: "0" é a ausência do sinal, "1", a existência dele", explica.

Dessa maneira, o som vai além de qualquer classificação. A tecnologia está ali, mas é cercada pela guitarra sempre desafiadora do idealizador do Maquinado, além de percussão, programação, samplers, teclados e baixo. É rock 'n' roll, é eletrônico e é brasileiro, mas o disco vai muito além disso: "Tem umas 15 participações, gente como Jorge (vocalista da Nação) e o Rodrigo (do Mamelo Sound System). Essas músicas foram feitas pra essas participações e tem uma composição do Siba (ex-Mestre Ambrósio) que me deixou emocionado", conta Lúcio.

Quem viu o Maquinado no Abril Pro Rock ou em shows que aconteceram no início de 2006 não viu a banda com a proposta formada. Neles, Lúcio tocou antes de montar uma banda, e convocou o Cidadão Instigado para acompanhá-lo em caso de emergência. A mistura funcionou ao vivo, mas não era ainda a ideal. "Eu tinha fechado o show sem banda e decidi chamar os caras, já que eles também iam participar do Abril Pro Rock. Hoje, acho que o som está fechado e com todas as minhas idéias." A máquina já está calibrada - agora, só falta o play.

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