Outra América

Canadian Music Week revela país interessado em negócios musicais com outras nações

Por Filipe Albuquerque Publicado em 15/06/2009, às 16h12

Um gordinho com a cara pintada ao estilo do Kiss no lobby do Fairmount Royal York Hotel, em Toronto, dava uma ideia de como seria a edição 2009 da Canadian Music Week. Executivos de piercings nos lábios e braços forrados de tatuagem esbarravam em donos de selos independentes e músicos anônimos. De 11 a 14 de março, a cidade canadense recebeu um congresso o qual o mercado musical e suas vicissitudes comandaram

as discussões.

Representantes da indústria fonográfica mundial e um exército de mais de 3 mil músicos foram ao evento, ávidos por tentar entender as novas possibilidades do mercado fonográfico pós-internet. A região central da cidade se agitou com shows promocionais de todos os tipos. Bloc Party e The Ting Tings representaram os artistas que romperam a barreira do independente e voaram mais alto. Os brasileiros Black Drawing Chalks, Herod Layne e Cassim & Barbária integraram o batalhão indie, acompanhados por nomes locais e atrações de outros países.

A diferença entre a CMW e outros semelhantes, como o texano South by Southwest, é o investimento pesado em cultura feito pelo Canadá: o orçamento deste ano acenou com 335 milhões de dólares canadenses (mais de R$ 600 milhões) destinados à promoção artística. O país enxerga a feira como uma maneira de atrair empresas estrangeiras que possam realizar negócios nessa área - e o Brasil está na mira dele. "Exportar música não é uma via de mão única", diz Neill Dixon, presidente da CMW. O Ministério de Relações Exteriores e de Comércio Internacional do Canadá tem um programa chamado The Canadian Trade Commissioner Service. Por meio dele, quase mil escritórios espalhados em cerca de 150 países dedicam-se à promoção das relações comerciais com o Canadá. "Nossa iniciativa na CMW é um exemplo desse esforço: trabalhamos para garantir espaço a um palestrante brasileiro que pudesse levar informações sobre oportunidades e desafi os do mercado de música no Brasil", explica Fernanda Whitaker, responsável, no consulado, pela promoção das indústrias culturais e novas mídias. Os brasileiros voltaram animados: o Black Drawing Chalks conseguiu quatro apresentações no país, fora a da CMW. "O Canadá tem um mercado interessante", diz Fabrício Nobre, do selo Monstro Discos e palestrante no evento. Ele acredita que os canadenses têm mais interesse em parcerias com o Brasil do que os estadunidenses. "O que temos de fazer é fortalecer essa relação: não tê-los como uma segunda opção, mas como uma ótima opção."

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