Arlindo Cruz - Reprodução/Site Oficial

Parabéns, Arlindo Cruz! O samba está em festa

Redação Publicado em 14/09/2012, às 09h20

Por Cláudia Boëchat

Esta sexta, 14, é aniversário de Arlindo Cruz. Faz 54 anos e são 47 de carinho musical. Falo carinho porque aos 7 anos não dá pra chamar ninguém de músico, né? Foi quando Arlindo ganhou de seu pai – amigo de Candeia – o seu primeiro cavaquinho. Aos 12 anos tirava música de ouvido. Arlindo, porém, é um sambista com formação erudita. Ao menos por dois anos estudou violão clássico na escola Flor do Méier, no Rio de Janeiro, sua terra natal. Estudou teoria musical e solfejo. Mas sem nunca se afastar do samba.

Depois de estreitar relações com a TV Globo – inclusive compondo a música-tema de carnaval da emissora –, ultrapassou as fronteiras do olimpo do samba. Passou a ser nacionalmente conhecido até por quem odeia MPB. E, por falar em olimpo, é um dos autores da música-tema das olimpíadas de 2016, que fala dos deuses.

Contudo, vamos começar essa história direito. O menino Arlindo cresceu entre sambistas, já que seu pai era músico amador e frequentava rodas de samba com os chamados “compositores de raiz”. Tornou-se um dos habitués do Cacique de Ramos, ouvindo bambas como Beto sem Braço, Beth Carvalho e Jorge Aragão. Lá, encontrou Zeca Pagodinho e Sombrinha, seus grandes parceiros. Levou o banjo para o samba.

Sua primeira gravação foi com Candeia. Tocava cavaquinho. Logo, achou um outro caminho e fez parte da primeira formação do grupo Fundo de Quintal. Criou o ‘Pagode do Arlindo’, em Cascadura, uma verdadeira festa de (e para) sambistas. É compositor de grandes sucessos na voz de Beth Carvalho, Alcione e Zeca Pagodinho entre outros. Formou muitas parcerias e suas composições ecoam também na voz de gente que chegou no pedaço bem depois dele. Autor de vários sambas-enredo de sua escola do coração, Império Serrano, e de outras. Agora, prossegue compondo, cantando e tocando sambas deliciosos, com ou sem banjo. Seu último CD é Batuques & Romances. Tem mais de 550 músicas gravadas. Trata-se, também, de um poderoso intérprete.

Vamos ouvir algumas canções:

“Meu Lugar” (Arlindo Cruz e Mauro Diniz):

Aline Calixto canta “Flor Morena” (Arlindo Cruz, Jr.Dom e Zeca Pagodinho):

Com Maria Rita, “Casal Sem-Vergonha” (Arlindo Cruz e Acyr Marques):

“O Que é o Amor” (Arlindo Cruz, Maurição e Fred Camacho):

Com Beth Carvalho e Sombrinha, “Canto de Rainha” (Arlindo Cruz e Sombrinha, em homenagem a D. Ivone Lara):

“Camarão que Dorme a Onda Leva” (Arlindo, Zeca Pagodinho e Beto Sem Braço), “SPC” e “Bagaço da Laranja” (Arlindo e Zeca):

Com Zeca Pagodinho, “Vê se não Demora”, de autoria dos dois:

Mart’nália canta “Boto meu Povo na Rua” (Arlindo Cruz, Acyr Marques e Ronaldinho):

Com Marcelo D2, “O Brasil é Isso aí” (Arlindo Cruz):

Um vídeo do tal ‘Pagode do Arlindo’:

E, para finalizar, o tema das Olimpíadas de 2016, “Os Grandes Deuses do Olimpo Visitam o Rio de Janeiro” (Arlindo Cruz, Rogê e Arlindo Neto):

Parabéns, Arlindo. Tenha muitos e muitos anos de vida! Para a nossa felicidade.

Para falar com Cláudia Boëchat, envie e-mail para claudia.boechat@rollingstone.com.br

arlindo cruz

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