Echoes, Silence, Patience & Grace - Foo Fighters

Foo Fighters

Redação Publicado em 07/11/2007, às 14h48 - Atualizado em 10/03/2014, às 13h55

Foo Fighters

Echoes, Silence, Patience & Grace

Sony

Vários lados de uma mesma moeda

Dave Grohl se declara um homem feliz, mas a impressão que se tem com o sexto disco da banda não é de acomodação, mas de inconformismo. A cada disco, suas composições carregam um sabor contraditório de eterna insatisfação e constante alto-astral, características que carrega desde os tempos de harmonias vocais por trás da bateria ensurdecedora do Nirvana. O Foo Fighters é provavelmente uma das maiores bandas de rock da atualidade, mas nem sempre consegue ser consistente em disco, vide o irregular All My Life (2003). Para Echoes..., foi reconvocado Gil Norton, produtor do favorito de todos The Colour and the Shape (1997). O conjunto de 12 faixas soa positivamente esquizofrênico: maduro, jovem, pesado, amolecido. Puristas podem estranhar o excesso de pianos (na doce e piegas "Home") e violões ("Stranger Things Have Happened") e até o instrumental perdido no meio de tudo ("The Ballad of Beaconsfield Miners"). Mas é o Foo típico que se escuta em "The Pretender", "Erase/Replace", "Cheer Up Boys", "But Honestly" e "Long Way to Ruin" - esta dona do mais empolgante refrão escrito por Grohl nos últimos dez anos. É nesses lampejos de energia juvenil e guitarras em alto volume que se confirmam a boa e velha tradição verso/refrão/verso, o equilíbrio perfeito de harmonia e gritaria, peso e melodia. A diversidade - ecletismo? - de Echoes, Silence, Patience & Grace talvez incomode, mas essa é a menor das novidades para quem conhece o Foo Fighters.

PABLO MIYAZAWA

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