Redação Publicado em 04/02/2011, às 15h39 - Atualizado às 15h39
Dizzy Gillespie e Trio Mocotó
Dizzy Gillespie no Brasil com Trio Mocotó
Biscoito Fino
Em gravação rara, trio e trompetista colocam bebop no samba-rock
De passagem pelo brasil em agosto de 1974, o trompetista norte-americano Dizzy Gillespie (1917 – 1993) fez o Trio Mocotó colocar bebop no samba-rock. Embevecido com o suingue dos ritmistas brasileiros, o jazzista decidiu gravar um disco com João Parahyba (percussão), Nereu Gargalo (pandeiro) e Fritz Escovão (cuíca). Seis temas foram registrados no estúdio paulista Eldorado, mas o disco foi abortado por Gillespie e a fita da gravação somente reapareceu em 2008, viabilizando a edição do CD que a Biscoito Fino acaba de pôr nas lojas. Ouvidos 37 anos depois, cinco dos seis temas confirmam o elo entre o samba-rock e o jazz cheio de bossa e síncopes do qual Gillespie foi mestre. Em clima de jazz tropical, o trompestista e o Trio se exercitam na arte do sambapop. “Rocking with Mocotó”, samba do próprio Dizzy, é o tema que mais bem sintetiza esse inusitado encontro fonográfico. A faixa destoante é “Evil Gal Blues”, turbinada com vocais da cantora Mary Stallings. No todo, o mocotó à moda de Gillespie resulta saboroso. Tio Sam pegou no pandeiro sem que samba virasse rumba.
MAURO FERREIRA
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