Cantor reinventa o estilo no segundo álbum solo. -

Lazaretto

Jack White

David Fricke Publicado em 15/07/2014, às 12h31 - Atualizado em 26/07/2016, às 16h41

Em Lazaretto, Jack White elabora um blues moderno com atenção decisiva aos contornos, detalhes e durabilidade das melodias. No santuário do estúdio da Third Man Records, ele se revela um artesão que se sente mais à vontade na própria loja, cercado das ferramentas favoritas. O álbum abre com “Three Women”, baseada na gravação do bluesman Blind Willie McTell feita em 1928. Mas a versão de White não tem nada de retrô – ela é trabalhada com densidade e combate rítmico. Assim como aconteceu com os melhores trabalhos de White junto ao White Stripes, The Raconteurs e The Dead Weather, o material contido no álbum é feito para se entrar de cabeça, e as faixas brilham com tensão. Lazaretto, cujo nome é retirado de uma instituição italiana para leprosos, é uma verdadeira casa do blues e cada cômodo abriga uma atmosfera diferente criada de forma peculiar dentro da cabeça de White. Começando pelo rompante de hip-hop e guinchos da guitarra em “Lazaretto”, passando pelo piano sinistro e vozes de anjos da morte em “Would You Fight for My Love?” e chegando ao vodu de “That Black Bat Licorice”, White oscila entre a linha fina entre a invenção e a loucura. O músico usa a estrutura do velho blues para passar mensagens urgentes através dessas canções, refl etindo as ambições latentes que ele mantém e o que pesa no coração dele. Com um uivo de lobo solitário, White canta o blues para espantar a tristeza.

Fonte: Sony

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