Paul Muni (1932), Al Pacino (1983) -

Scarface

Redação Publicado em 11/10/2007, às 18h45 - Atualizado em 12/10/2007, às 12h47

Duas doses de sangue

Na década de 30, o gângster

que quisesse dominar o mercado só precisava fazer uso de uma boa metralhadora e apagar os adversários sem deixar o cigarro cair da boca. Na década de 80, o gângster bem-sucedido não tinha mais a menor elegância: se metia em uma montanha de cocaína e promovia chacinas sem ao menos usar um bom chapéu de feltro. A diferença de procedimentos entre o Scarface, de Paul Muni (1932), e o Scarface, de Al Pacino (1983), ficará evidente ao espectador do novo combo que traz ambos os filmes em uma só caixa. Apesar da diferença de idade, comparar os dois é inevitável. No primeiro, o diretor Howard Hawks conta a história de Tony Camonte, que usa sua imensa ambição para subir na vida do crime - eliminando o antigo rei do pedaço e tomando atitudes drásticas ao ver a irmã Cesca flertar com um dos bandidões. No segundo, rodado por Brian De Palma 50 anos depois, a aura de submundo fica bem mais densa (e bem menos romântica). Tony Montana chega de Cuba determinado a tornar-se um chefão do tráfico de drogas pisando em todas as cabeças possíveis. O que ambos têm em comum é a trajetória de ascensão

e queda. O que os difere é a quantidade de balas, sangue, pó e uso da palavra "F*". Cinco décadas, pelo que se vê, tornaram os gângsteres uma gente sem classe. Mas não se preocupe, pois qualquer noticiário atual deixa os dois roteiros com cara de conto de fadas. Em tempo: a caixa traz dois filmes excelentes, mas absolutamente nenhum extra. Se qualquer um dos Tonys soubesse disso, não iria sobrar um sujeito vivo na distribuidora.

Por Flávia Pedorin

Drama

Universal

01

01

2007

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