PAISAGEM DESOLADA - A realidade nua e crua de <i>Guerra ao Terror</i> - DIVULGAÇÃO

Guerra ao Terror

Redação Publicado em 04/02/2010, às 11h11 - Atualizado às 11h12

Kathryn Bigelow

Jeremy Henner, Guy Pearce

Contundente produção ganha sobrevida e chega à tela grande

Foram necessárias três indicações ao Globo de Ouro e literalmente dezenas de prêmios da crítica mundo afora para que Guerra ao Terror (The Hurt Locker) subvertesse o destino de um filme que estava fadado a acumular pó em locadoras brasileiras. Depois de ganhar apenas um modesto lançamento em DVD no país, ainda no primeiro semestre de 2009, este retorno de Kathryn Bigelow (de Caçadores de Emoção) aos holofotes é lançado nos cinemas às vésperas do Oscar e de sua possível consagração. Melhor para todos: na tela grande, a aridez da fotografia e a precisão da montagem (de dar orgulho em Hitchcock) transformam Guerra ao Terror em uma experiência contundente, talvez o melhor comentário que o cinema americano ofereceu sobre o recente conflito no Iraque. “A guerra é uma droga”, diz o letreiro inicial, que dá o tom do que vem a seguir. Depois de uma tragédia – em que Bigelow elimina sem dó um dos poucos rostos conhecidos de seu elenco –, somos apresentados ao jovem William James (Jeremy Renner), especialista em desarmamento de bombas que cumpre seu ofício com a disposição e a naturalidade de quem troca uma lâmpada e gosta disso. Incômodo, ainda que absolutamente eletrizante, Guerra ao Terror joga o espectador em um Iraque nada romanceado, povoado por gente desesperada para voltar para casa, e lar, também, de tipos demasiadamente humanos como William James. Não é pouco.

Diego S. Maia

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