Rush no mundo da arte. -

O Melhor Lance

Giuseppe Tornatore

Christian Petermann Publicado em 14/07/2014, às 16h15 - Atualizado em 21/07/2014, às 18h13

O italiano Giuseppe Tornatore será lembrado como o diretor do cult Cinema Paradiso (1988). Os muitos admiradores desse filme podem estranhar agora a incursão do cineasta no terreno do suspense, mas Tornatore já flertou com o gênero em Uma Simples Formalidade (1994) e A Desconhecida (2006). Desta vez, a referência é Alfred Hitchcock: o roteiro original do diretor é um thriller com visual austero e sinistro, típico de produções do estúdio inglês Hammer. Este filme noir que oscila entre o psicológico e romântico não dá muitas pistas sobre os rumos que tomará, mas faz uma curiosa crítica ao mundo das finas artes ao narrar a obsessão que um leiloeiro (Geoffrey Rush) alimenta por uma rica e misteriosa colecionadora de obras. Com locações luxuosas em cidades como Roma, Milão, Florença, Viena e Praga, o longa é um prato cheio para amantes e conhecedores de arte por apresentar em cena obras de mestres como Rafael, Albrecht Dürer e Pierre-Auguste Renoir, entre outros. Nada há de novo no enredo, e as surpresas e revelações tomam rumos nem sempre inspirados. A ótima presença de Rush e a boa trilha sonora de Ennio Morricone, porém, amarram as pontas e fazem deste thriller um entretenimento ligeiro com mais tutano do que a média.

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