<b>POLITICAGEM</b> Nanini e a arte de bajular correligionários - Ana Stewart

O Bem Amado

Redação Publicado em 08/07/2010, às 05h35 - Atualizado em 10/03/2014, às 13h49

Guel Arraes

Marco Nanini, José Wilker

Agradável Remake

Obra consagrada nos anos 70 ganha a tela grande

Um dos patrimônios da dramaturgia brasileira, o Bem Amado, de dias Gomes, foi concebido como peça teatral em 1962, mas sua consagração aconteceu dez anos depois, quando se transformou em telenovela produzida pela TV Globo. Nos anos 80, virou uma minissérie que durou quatro anos. O Bem Amado foi levado novamente aos palcos e essa foi a matriz que Guel Arraes usou no filme, não as adaptações para a TV. Marco Nanini está muito bem e não tentou imitar Paulo Gracindo, que imortalizou Odorico Paraguaçu, o prefeito que a todo custo tenta inaugurar um cemitério em Sucupira, cidade fictícia da Bahia. O personagem Zeca Diabo, interpretado nos anos 70 por Lima Duarte, era um matuto hilariante. José Wilker transformou Diabo num matador lacônico, um Clint Eastwood do sertão.O visual é de encher os olhos e boa parte das piadas funciona. O filme só peca ao tentar traçar analogias entre a corrupção de Sucupira, o golpe militar de 1964 e a campanha pelas Diretas Já em 1985.

PAULO CAVALCANTI

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