Minha Fama de Mau, de Erasmo Carlos - Divulgação

Minha Fama de Mau

Redação Publicado em 09/12/2009, às 18h45 - Atualizado às 18h45

Erasmo Carlos

Editora Objetiva

Boa chance para conhecer as memórias do Tremendão

Os artistas do showbusiness brasileiro nunca tiveram a tradição de abrir totalmente o jogo em relação à sua vida particular ou à de seus companheiros. Nesse aspecto, Minha Fama de Mau segue a regra. O próprio Erasmo esclareceu que este livro não seria uma biografia propriamente dita, mas sim um apanhado de casos curiosos que aconteceram com ele nestes quase 70 anos de vida e 50 de carreira. O livro pode não ter nenhuma revelação bombástica, mas é bem honesto e seu tom coloquial e bem-humorado passa a impressão de que Erasmo está do nosso lado relatando os fatos. Personagens interessantes é que não faltam. O Tremendão relata passagens divertidas (ou nem tanto) que ele teve ao lado de outros nomes como Carlos Imperial, Raul Seixas, Tim Maia, Serguei, João Gilberto, Jorge Ben, Wanderlea, Maria Bethânia e até João Gordo. Seu eterno parceiro, Roberto Carlos, é tratado com o carinho e respeito devidos, embora Erasmo às vezes cutuque as esquisitices e manias do Rei. Um dos capítulos mais interessantes do livro é aquele em que Erasmo recorda o trauma que foi tocar no Rock in Rio em 1985, quando foi alvo de latas e inúmeros objetos arremessados pela plateia de headbangers: “Tive vontade de mandar todos tomarem no cu”, ele fala. Tirando esse desabafo, no geral, Minha Fama de Mau é gentil, com um humilde Erasmo ainda embevecido com o sucesso que conseguiu e o importante papel que até hoje desempenha na música brasileira.

Por Paulo Cavalcanti

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