Anarquia do Quanta Ladeira incendeia o Rec-Beat

Há 15 anos, o Quanta Ladeira existe para proporcionar momentos no mínimo curiosos. Outrora um bloco de Carnaval em Olinda, o agora show surgiu da junção de compositores, incluindo Lenine, que faziam sátiras dos mais diversos sucessos da música simplesmente para divertir e chocar o público. Este ano, a apresentação no Cais da Alfândega, durante o Rec-Beat, viu China, Luiza Possi e Pitty cantarem sobre as coisas mais inusitadas, como cocaína, maconha e sexo. A organização não soube informar o número de presentes, mas a estimativa é que o Rec-Beat receba 150 mil pessoas por dia. E depois de dias de chuva constante, o sol, quem diria, resolveu dar as caras na tarde do domingo, 19, em Recife.

Pelo menos metade do repertório da apresentação consistiu em denegrir a moral de artistas ali presentes e outros que já morreram. Um dos versadores citou que 2012 foi o ano das mortes WWW - Wando, Whitney (Houston) e (Amy) Winehouse - apesar da última citada ter morrido em julho do ano passado. As canções satirizadas foram dos mais diversos gêneros, de "You Won't See Me", dos Beatles, a "Construção", de Chico Buarque. "Quando Wando morreu, pra nós foi um sinal. Sua calcinha é luz entrando em nosso varal", cantava uma das canções com participação de Chico César e Luiza Possi.

A sátira que mais animou o público, sem dúvida alguma, foi a de "Meu Maracatu Pesa Uma Tonelada", da Nação Zumbi, que virou "Pra Eu Comer Seu Cu Falta Uma Polegada", cantada por quase todos os presentes no Cais como se fosse um hit nacional. Pupillo, da Nação Zumbi, até tocou percussão nesta versão da música.

Para quem vem pela primeira vez ao Carnaval de Recife, o Quanta Ladeira é uma experiência inesquecível, para bem ou por mal.

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