Música flamenca, frieza escandinava e a maestria de Marcus Miller encerraram o evento
Por Antônio do Amaral Rocha Publicado em 13/06/2011, às 19h49
A terceira e última noite do BMW Jazz Festival trouxe a música que veio do frio com Tord Gustavsen Trio. Os artistas noruegueses parecem fazer uma música para não se ouvir, de tão baixo que tocam, e o silêncio entre um acorde e outro é tão importante quanto o que se pode realmente escutar. Também foi notável a delicadeza das melodias executadas no set list, com ecos de folk e blues, que podem ser classificadas como um cool jazz radical na forma. Tanto o baterista Joe Vespestad como o baixista Mats Eileirtsen parecem não trabalhar - o que fazem funciona como uma cama para o piano minimalista de Tord. O trio fez um show metódico por uma hora, terminou e saiu sem ao menos uma reverência de agradecimento. Mas a frieza escandinava seduziu o público e um clima de veneração e respeito à música se estabeleceu no auditório. Silêncio absoluto.
Em contraponto à gélida performance anterior, o segundo show da noite trouxe a música quente do mediterrâneo do contrabaixista francês Renaud Garcia-Fons, célebre por ter adicionado uma quinta corda ao instrumento que toca com arco, inovando o seu uso, percutindo-o nas cordas, além de ter o som captado e não microfonado e ainda com apoio de pedais. O show teve o repertório do álbum La Linea del Sur (inédito no Brasil), especialmente baseado na música flamenca. Renaud se comunicou em perfeito espanhol. Sua execuções se caracterizaram por um virtuosismo arrebatador, com o apoio da incrível guitarra flamenca de Kiko Ruiz, do acordeon de David Venitucci e da percussão de Pascal Rollando.
E a noite reservava mais emoções. Aos 30 minutos da madrugada desta segunda, 13, e por mais noventa minutos, o público pode assistir a uma verdadeira aula de baixo elétrico, proporcionada por Marcus Miller e banda, formada pelo baterista Louis Alvin Cato, o saxofonista Alex Han e o trompetista Sean Jones. Em execução, o repertório do lendário disco Tutu (1986), de Miles Davis, produzido por Miller à época, quando também tocou e compôs, agora como um tributo ao mestre, com o nome de Tutu Revisited. Miller, como sempre, toca com energia contagiante, dando um direcionamento mais pop e fusion ao disco original. Ele também se arriscou em instrumentos de sopro e proporcionou um dos momentos mais belos da apresentação quando executou, fora do repertório, ao clarone, a mais bela balada que o gênio de Duke Ellington produziu, "In a Sentimental Mood". Neste momento, generoso, deixou o incrível Alex Han, de apenas 22 anos, brilhar no sax soprano.
Saiba abaixo como foram as duas primeiras noites do BMW Jazz Festival.
Dan Schneider processa produtores de Quiet on Set: O Lado Sombrio da TV Infantil
And Just Like That...: Rosie O'Donnell estará na terceira temporada da série
Daniel Radcliffe comenta postura antitrans de J.K. Rowling: 'Me deixa muito triste'
Barbra Streisand esclarece que estava elogiando Melissa McCarthy ao perguntar sobre Ozempic
Chris Hemsworth revela que reação à predisposição para Alzheimer 'me irritou'
Madonna compartilha memes brasileiros nos stories do Instagram