Capitão América 2 - Chris Evans - Zade Rosenthal/Divulgação

Capitão América 2: O Soldado Invernal é grande exemplo para os filmes de super-heróis

Espionagem, ação, nostalgia e muita pancadaria estão presentes no segundo filme do herói vivido por Chris Evans

Pedro Antunes Publicado em 10/04/2014, às 10h37 - Atualizado em 11/04/2014, às 12h50

Fãs de histórias em quadrinhos têm precisado poupar o dinheiro para financiar a frequente ida aos cinemas para ver os super-heróis nas telonas, em carne e osso, em trabalhos cada vez mais primorosos. De fato, o cinema de HQs vem vivendo uma fase de ouro, principalmente após a reconstrução de Batman por Christopher Nolan, na trilogia sombria de O Cavaleiro das Trevas, e no bilionário e gigantesco Os Vingadores. Capitão América 2: O Soldado Invernal chega nesta quinta-feira, 10, sem o famoso Ctrl+C e Ctrl+V e falta de criatividade. Tudo tem um frescor ainda inédito na indústria de Hollywood.

Marvel libera artes conceituais de Os Vingadores 2, Guardiões da Galáxia e Homem Formiga.

Os irmãos Russo, Anthony e Joe, dirigem esta continuação sem precisar se preocupar com a quadradice que é o primeiro filme de um super-herói. Ou seja, sem precisar recontar, pela enésima vez, a origem do personagem e seus medos e angústias. Eles, de fato, receberam de bandeja um personagem recriado por Joe Johnston em Capitão América: O Primeiro Vingador (2011), ainda vazio e pronto para ser preenchido por camadas mais profundas de personalidade.

A versão do personagem que surgiu em Os Vingadores ainda devia em complexidade e perdia espaço diante de personagens mais carismáticos – quem ligaria para o sujeito que usa a bandeira dos Estados Unidos como uniforme e usa um escudo quando se tem um Tony Stark (Robert Downey Jr.) com sua extravagante armadura, o gigantes destruidor Hulk e até o deus nórdico Thor (Chris Hemsworth) e seu poderoso martelo.

Crítica: feito para fãs, Os Vingadores é o melhor filme já produzido pela Marvel.

É somente agora que o público poderá deslumbrar-se verdadeiramente pelo personagem que acumula 70 anos de história em HQs, já representou o ideal norte-americano, se rebelou contra o próprio governo quando criou uma aliança de heróis que se recusavam a expor as identidades secretas e foi morto por isso – mas, como todos sabem, ninguém fica morto por muito tempo nos quadrinhos.

Steve Rogers (Chris Evans) é um sujeito fora do seu tempo. Daquele período logo antes de ele ser congelado, pouco sobrou em 2014. É um veterano que ainda sofre com pesadelos de uma guerra que assolou a humanidade há mais de seis décadas. O nazismo não oferece perigo de dizimar a humanidade, mas a partir das tensões da Guerra Fria, tudo se tornou mais complicado.

Galeria: os dez piores filmes de super-heróis da última década.

Assista ao primeiro trailer do filme:

O Capitão se torna um personagem complexo e nem mesmo a limitação de Evans estraga isso. É alguém que vive no nosso mundo, mas sem desfrutá-lo. Como uma máquina, faz aquilo que deve ser feito, o que o dever cívico de soldado lhe pede, mas foge da oportunidade de criar laços com o presente. Mantém relações frias até mesmo com Natasha Romanoff (Scarlett Johansson), também conhecida como Viúva Negra, parceira das missões realizadas para a S.H.I.E.L.D., organização criada para espionar o mundo todo e, com isso, garantir a segurança da população mundial – um poder exageradamente grande para ficar nas mãos de uma só pessoa.

“Não confie em ninguém”, diz Nick Fury (Samuel L. Jackson) ao Capitão. “Nem mesmo em você?”, rebate o herói, mas sem resposta. A paranoia dos filmes de espionagem dos anos 1970 flui da tela e coloca Steve Rogers como uma espécie de James Bond mais brutamontes, embora sem as belas mulheres e os drinques dry Martini – e os gadgets tecnológicos são substituídos pelo escudo redondo e indestrutível.

Homem de Ferro 3 explora as fraquezas do homem por trás da armadura.

Também não falta ação à nova empreitada do personagem ao cinema. Tudo ganha ares de ficção cientifica com a chegada do antagonista da trama (um deles, o mais evidente, é claro), uma lenda soviética que prova ser bem real e bastante perigosa. O oposto de Capitão América não precisa do escudo, ele tem um braço mecânico inteiro e se mostra mais habilidoso do que Rogers nas artes marciais. A identidade do personagem leva Rogers a um choque temporal, confuso entre o ontem e o hoje, vulnerável e desprotegido. E, o pior, o mundo ainda depende dele para não sucumbir diante de uma nova ditadura da vigilância.

Graças à habilidade dos irmãos Russo, Capitão América 2: O Soldado Invernal cria um subgênero de cinema de quadrinhos próprio para si, empolgante, complexo e extremamente divertido – e, definitivamente, vale poupar o dinheiro para assisti-lo na telona mais próxima.

Assista aos quatro primeiros minutos de Capitão América 2: O Soldado Invernal:

cinema marvel vingadores capitão américa Robert Downey Jr Chris Hemsworth chris evans Scarlett Johansson natasha romanoff

Leia também

Barbra Streisand esclarece que estava elogiando Melissa McCarthy ao perguntar sobre Ozempic


Chris Hemsworth revela que reação à predisposição para Alzheimer 'me irritou'


Madonna compartilha memes brasileiros nos stories do Instagram


Cher gosta de namorar homens mais jovens porque os mais velhos estão mortos


Madonna no Rio: Rita Wainer faz intervenção artística no perímetro do show


Criador de Peaky Blinders confirma início das gravações do filme em setembro