Chris Martin e seus companheiros se apoiaram nas faixas do inédito Mylo Xyloto, mas recompensaram os fãs com os hits
Paulo Terron, do Rio de Janeiro Publicado em 02/10/2011, às 04h29 - Atualizado às 04h31
A sucessão de faixas novas mostradas pelo Coldplay no Rock in Rio, neste sábado, 1, não foi problema para os 100 mil fãs que se espremiam na Cidade do Rock. Apesar do som ruim do Palco Mundo (prejudicando especialmente quem ficou mais ao fundo), o balanço com os hits deu estabilidade à noite. Mylo Xyloto, o novo álbum, chega às lojas no fim do mês.
A banda abriu a apresentação com a divertida “Hurts Like Heaven”, reforçada por fogos e pelo impacto da entrada dos músicos no palco. Imediatamente depois, os sucessos “Yellow” e “In My Place”. Nesse pequeno espaço de tempo, o vocalista Chris Martin e seu grupo conseguiram empilhar vários clichês visuais de grandes shows: além da pirotecnia, houve chuva de papel e uma bandeira do Brasil no pedestal do microfone.
Um momento arriscado veio com dobradinha de novidades “Major Minus” e “Paradise”. Só que a força da internet e a educação dos fãs deram uma mão, e a segunda faixa – o single atual do Coldplay - foi até cantada pela plateia.
Martin admitiu de cara que não pretendia se esforçar muito para falar português, mas soltou seus “tudo bem?”, “obrigado” e até encaixou uma citação a “Mas Que Nada” (de Jorge Ben, famosa no exterior na versão de Sérgio Mendes) no fim de “Lost!”. “God Put a Smile Upon Your Face” ganhou o gás de músicos que claramente estava se divertindo, em uma performance cheia de energia, seguida de versão emocionante para a balada “The Scientist” (cantada em coro pela Cidade do Rock).
No já tradicional “momento acústico” do show, Martin mostrou outra nova, “Us Against the World” – mas o set list divulgado previamente mostrava que “Shiver” era outra opção para o momento, e talvez a veterana tivesse sido melhor recebida (outras faltas notáveis na noite: “Trouble”, “Don’t Panic”, “Speed of Sound” e “Talk”). A plateia fez a sua parte, acompanhando com palmas descoordenadas – coisas de megashow.
A reta final ainda teve “Viva La Vida”, esquentando o clima para que a nova “Charlie Brown” e “Life is for Living” o esfriassem. Nada que a trinca final não pudesse facilmente resolver: a intensidade emocionante de “Clocks” e “Fix You” ficou perfeitamente alinhada à empolgação gerada pelo primeiro single de Mylo Xyloto, “Every Teardrop is a Waterfall”. Entre o passado e o futuro, o Coldplay soube não pender excessivamente para nenhum dos lados.
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