Yoshitaka Amano - AP

Exposição de Yoshitaka Amano voltará ao Brasil em maio

Artista gráfico japonês de 59 anos já fez parceria com Neil Gaiman e criou personagens dos games Final Fantasy; leia entrevista

Pablo Miyazawa Publicado em 10/04/2012, às 13h38 - Atualizado em 11/04/2012, às 10h59

Dono de um estilo rebuscado e exuberante, o artista gráfico japonês Yoshitaka Amano acumula um currículo versátil: ilustrou para diversos animes (Vampire Hunter D, Speed Racer, G-Force), colaborou com franquias de videogame (são dele os designs de personagens de vários títulos da clássica série Final Fantasy), criou uma adaptação gráfica da obra A Flauta Mágica, de Wolfgang Amadeus Mozart, e trabalhou em conjunto com o escritor Neil Gaiman na graphic novel Sandman: Os Caçadores de Sonhos (lançada pela editora Conrad em 2001). Em recente passagem-relâmpago por São Paulo, Amano, 59 anos, teve dias de popstar: concedeu uma palestra no evento GameWorld, distribuiu autógrafos e inaugurou uma exposição de dois dias de alguns seus principais trabalhos – que voltará ao Brasil em maio, em novo formato e espaço ainda a ser divulgado. A seguir, um sucinto Amano falou com exclusividade para a Rolling Stone Brasil sobre a parceria com Gaiman, o trabalho com games e o crescente mercado mundial de mangás.

Clique na galeria acima para ver alguns trabalhos de Yoshitaka Amano.

Sobre a influência de artistas ocidentais:

“São inúmeros [nomes]. Quando eu era jovem, fui influenciado por muitos artistas, porém, à medida que fui desenvolvendo a minha própria visão do mundo e o meu próprio estilo de traço, passei a ter como objetivo o aprimoramento desse estilo.”

Sobre trabalhar em parceria com Neil Gaiman em Sandman: Os Caçadores de Sonhos

“Neil Gaiman é britânico, mas a Inglaterra e o Japão têm muitas coisas parecidas. O processo não teve problemas pelo fato de Neil Gaiman já possuir essa base. Posso até dizer que ele me ensinou sobre a história do Japão, pois eu não tinha esse conhecimento.”

Sobre a convergência entre quadrinhos e artes plásticas no estilo artístico de Amano e o tempo dedicado a cada página desenhada:

"Eu não sei ao certo. No Japão, não existe divisão entre mangá e desenho tradicional. Eu acredito que o meu estilo não tenha mudado. Quanto ao tempo, é variável, mas acredito que levo cerca de um dia para finalizar uma obra."

Sobre se o trabalho com videogames atende às expectativas:

“Os personagens de um videogame são desenvolvidos em um processo coletivo, pelas mãos de muitas pessoas. Por ser um trabalho coletivo, não tenho frustrações. Acredito que o conceito seja essencial, e eu desenvolvo criações para atender isso.”

Sobre a expansão do mercado de criação de mangás para além do Japão:

“Os mangás japoneses também foram influenciados por países como os Estados Unidos. Acredito que a difusão de coisas originais do Japão seja um fato positivo, porém, tenho minhas dúvidas se isso realmente é bom.”

Sobre a influência da música na criação artística:

“Sempre escuto música quando estou produzindo. São diversos gêneros musicais, e costumo trocar conforme o espírito do momento. Gosto tanto de música clássica como de J-POP [música pop japonesa].”

Colaborou: J.M. Trevisan

neil gaiman yoshitaka amano

Leia também

Esmir Filho, diretor de Homem com H, lamenta queda de ponte no RS


Planet Hemp fará show especial e gravação de DVD comemorativo de 30 anos da banda


Furiosa: George Miller sugere que prequela de Mad Max pode ganhar sequência


Dan Schneider processa produtores de Quiet on Set: O Lado Sombrio da TV Infantil


And Just Like That...: Rosie O'Donnell estará na terceira temporada da série


Daniel Radcliffe comenta postura antitrans de J.K. Rowling: 'Me deixa muito triste'