Perry Farrell ganha na simpatia - mas Navarro não deixa de ser um grande guitarrista - Pedro Amora

Carnaval fora de hora

Jane's Addiction faz homenagem carnavalesca ao Brasil na noite de sábado, 7, no festival Maquinária, em SP

Por Bruna Veloso Publicado em 08/11/2009, às 22h58

O Jane's Addiction, outra banda recentemente reunida (a formação original não saía em turnê há cerca de 15 anos), também tem um frontman performático - mas muito diferente de Mike Patton. O cinquentão Perry Farrell é cheio de trejeitos femininos (houve quem lembrasse do brasileiro Ney Matogrosso na plateia), gosta de figurinos extravagantes e corre de um lado para o outro sem parar. Para o primeiro show no Brasil, em São Paulo, no Maquinária, o cantor escolheu um macacão preto e dourado, rasgado na altura das axilas (ao que parece, não propositalmente).

O repertório se restringiu aos álbuns Nothing's Shocking, de 1988, e Ritual de lo Habitual, de 1990 (à exceção de "Whores", lançada no primeiro disco, ao vivo e homônimo da banda, em 1987). No início da apresentação, pela primeira vez os telões laterais exibiram imagens diferentes dos shows: para introduzir "Three Days", foi exibido um trecho de O Rio Selvagem, em que o garoto interpretado por Joseph Mazzello diz ao personagem de Kevin Bacon que "gostaria de poder ter visto o Jane's Addiction antes de eles se separarem". É nesse momento que surgem no palco duas dançarinas - umas delas é Etty Farrell, esposa do vocalista.

Enquanto Perry sorri, Dave Navarro mantém, durante todo o tempo, a marra: parece mais estar apenas cumprindo um calendário de shows, sem se importar com o público à sua frente.

Depois de músicas como "Mountain Song", "Then She Did", a contagiante "Been Caught Stealing" e "Ted, Just Admit It", de Perry ter bebido vinho e quase ter caído duas vezes (o que não o inibiu a continuar dançando e fazendo pose), foi a vez de "Jane Says", no melhor momento do energético - e bem executado - show da banda. A faixa, uma das poucas do repertório do grupo com Navarro ao violão, teve também o baixista Eric Avery no instrumento. O baterista Stephen Perkins foi à frente do palco (com justíssimos shorts curtos, estilo ciclista) para tocar steel drums e bongô.

No final, um carnaval à la Farrell. Em inglês, ele diz que "nós adoramos tocar para vocês. Agora, juntos, vamos relembrar sua dança nativa, sua alma nativa". Ao menos oito pessoas - incluindo os integrantes da banda - esmurraram tambores, enquanto passistas dançavam. Um jeito cafona - mas bem intencionado - de homenagear o público tupiniquim.

A primeira noite do Maquinária ainda teve apresentações de Faith No More (saiba mais), Deftones (saiba mais), Sepultura e Nação Zumbi.

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