"Havia uma simplicidade na forma com que ele fez a música, que não seria possível com os Beatles", contou Klaus Voormann, que gravou o baixo na faixa
Rolling Stone EUA Publicado em 28/01/2019, às 15h10
Em janeiro de 1970, John Lennon teve uma breve epifania do seu futuro sem os Beatles, assim que ele e Yoko Ono voltaram para casa após quase um mês na Dinamarca. Durante a viagem, um dos assuntos recorrentes nas conversas foi o conceito de karma, e foi exatamente esse tema que retornou à cabeça do compositor assim que ele acordou no dia 27 do primeiro mês de 1970.
Pouco depois de se levantar, sentou ao piano e, com acordes rudimentares, começou a compor aquilo que se tornaria “Instant Karma! (We All Shine On)”, música que serve como um conselho e um aviso ao mesmo tempo. Em uma hora, a composição estava pronta. Com medo de esquecer a nova criação, Lennon decidiu agendar um horário no estúdio, com o objetivo de gravá-la.
No período da tarde, o cantor já estava no icônico estúdio Abbey Road, acompanhado por amigos fiéis e familiares, caso de George Harrison, o tecladista Billy Preston, o baixista Klaus Voormann e Alan White (que se tornaria baterista do Yes).
White contou que Lennon queria deixar a música pronta naquele mesmo dia e soltar como single, e disse também que “não tinha surgido ainda o assunto da separação dos Beatles. Acho que foi bem no meio.”
À noite depois de ensaiarem algumas vezes, o grupo recebeu um novo colaborador. “Chegou esse cara baixinho, andando de um lado para o outro”, contou Voormann, se questionando quem era a figura que dava palpites sobre a gravação, até o momento que percebeu: “era Phil Spector [produtor que trabalhou no disco Let It Be]”.
Na época, Lennon e Spector eram amigos e compartilhavam um senso de humor parecido, além de estarem trabalhando juntos no processo que transformaria a fita Get Back no disco Let It Be, dos Beatles. Os dois fizeram uma piada que se concretizou e se tornou o lema daquele sessão: “vamos terminar isso tudo em um dia!”.
Em uma entrevista antiga à Rolling Stone EUA, Lennon se lembrou do dia e afirmou que houve apenas um desentendimeno durante a gravação: “eu disse que queria mais baixo, e só isso”.
A rapidez e a naturalidade com que “Instant Karma! (We All Shine On)” foi idealizada e concretizada mostrou um pouco do que seria a vida do músico após o término dos Beatles, além de mostrar a capacidade que ele tinha de compôr sozinho.
Segundo Voormann, “havia uma simplicidade na forma com que ele fez a música, que não seria possível com os Beatles. Ele se sentiu mais livre que antes, e sempre teve vontade de externalizar as coisas o mais rápido possível. Ele achava que as vezes perdia esse sentimento.”
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