Manu Chao pode ser deportado do México

Músico francês definiu como "terrorismo de Estado" episódio ocorrido no país há três anos e acabou como foco de investigação

Da redação Publicado em 12/04/2009, às 11h10

O músico francês Manu Chao bateu de frente com as autoridades do México após fazer críticas à política interna do país, durante o Festival Internacional de Cinema de Guadalajara, no fim de março. Corre, agora, o risco de ser deportado.

Por ter se referido a um episódio ocorrido em São Salvador Atenco (município próxima à Cidade do México), em 2006, como "terrorismo de Estado", o artista virou alvo de investigação por parte de autoridades locais.

Em maio daquele ano, floricultores foram expulsos do centro da cidade. Deu-se início a uma série de protestos contra grandes comerciantes e a polícia reagiu. Do confronto direto, 207 presos ("cinco estrangeiros e nove menores de idade", diz o cantor em seu site oficial), duas mortes e acusações de abuso de força das autoridades. A denúncia mais grave foi o estupro de cerca de 30 mulheres, segundo o Comitê Nacional do México Para Direitos Humanos.

Se o governo se decidir por fechar as portas do país para Chao, estará endossado pela constituição mexicana, rigorosa quanto à interferência de estrangeiros em questões internas do país. O Ministério do Interior confirmou que o artista chegou a ser investigado, segundo o jornal inglês The Guardian.

Logo em seguida, Chao acabou cancelado um show que faria no dia 2 de abril. A explicação veio em comunicado à imprensa: "Quis evitar qualquer risco de violência, no caso de as autoridades aparecerem no concerto por minha causa. Não quis que uma celebração cultural se transformasse em algo incontrolável".

Só nesta semana o governo mexicano recuou e disse jamais ter considerado expulsar o músico. A reviravolta é atribuída à visita do roqueiro britânico Peter Gabriel ao presidente do México, Felipe Calderón. À imprensa, o europeu apoiou Chao, crítico ferrenho da globalização, e declarou: "Somos todos cidadãos do mesmo planeta e todos somos responsáveis perante as nossas consciências".

Manu Chao postou nota sobre o episódio em seu site oficial.

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