"Mandrake", de Alex Vallauri, exposto no MAM. - Divulgação / Gustavo Pitta

Pioneiro do grafite no Brasil ganha exposição no Museu de Arte Moderna, em São Paulo

A exposição Alex Vallauri: São Paulo e Nova York Como Suporte traz para o museu a retrospectiva completa do artista de rua

Rafael Roncato Publicado em 19/04/2013, às 12h41 - Atualizado às 15h35

O artista brasileiro Alex Vallauri (1949 - 1987) fez de tudo no mundo das artes: desenho, gravura e pintura. Entretanto, o que realmente o consolidou como um artista cosmopolita foi o pioneirismo com o grafite. Agora com a exposição Alex Vallauri: São Paulo e Nova York Como Suporte, o artista sai das ruas para ganhar espaço e peso no Museu de Arte Moderna de São Paulo, em uma retrospectiva que vai da primeira aquarela até os últimos e mais famosos trabalhos, como "A Rainha do Frango Assado".

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Entre os anos 70 e 80, os grafites de Vallauri podiam ser vistos estampando os quatro cantos da cidade de São Paulo - depois em Nova York -, criando situações inusitadas, marcas registradas e pequenas histórias que eram de fácil reconhecimento da população: botas pretas, frangos, mulheres e acrobatas compondo o cenário urbano que misturava o kitsch, a simplicidade e a breguice à crítica social bem-humorada."Ele era mais que um grafiteiro, era um artista completo, quase que um artesão", conta João Spinelli, o curador da mostra. "Ele nunca foi acomodado, por isso essa vasta retrospectiva mostra todo o corpo de trabalho de um artista inovador."

Apesar da brevidade temporal - ele morreu aos 37 anos vítima da aids -, Vallauri conquistou reconhecimento e um vasto corpo de trabalho ao dominar as mais variadas técnicas e explorar outros recursos inovadores na época, como o xerox, carimbos e estêncil. "Alex tinha uma grande vontade em acompanhar a evolução das técnicas”, explica Spinelli. “Ao ponto, acredito eu, de que se estivesse vivo hoje com toda essa tecnologia à disposição, sua obra seria completamente diferente das últimas que realizou antes de morrer.”

Filho de italianos, Vallauri nasceu na Eritreia (na época, região da Etiópia ocupada pela Itália), mudou-se para Buenos Aires e, em seguida, para Santos, até chegar à cidade que adotou como casa e ateliê, São Paulo. As andanças do artista foram além ao estudar e aprimorar técnicas na Europa - especialmente a gravura, na Suécia - e nos Estados Unidos, onde estampou seus grafites, fotografou, conheceu e foi reconhecido por grandes nomes da arte, como Jean-Michel Basquiat, Andy Warhol e Keith Haring durante o boom da pop art. "O trabalho dele é uma soma de todas essas experiências. Alex é o artista brasileiro mais cosmopolita que já vi e sua obra ainda pode ser considerada muito atual", completa Spinelli.

Exposição Alex Vallauri: São Paulo e Nova York Como Suporte

Até o dia 23 de junho, das 10 às 18h

Museu da Arte Moderna - Parque do Ibirapuera - Av. Pedro Álvares Cabral, s/nº – Portão 3

Informações: 5085-1300

Ingresso: R$ 6 (crianças até 10 anos e adultos com mais de 65 anos não pagam entrada). Aos domingos, a entrada é franca para todo o público, durante todo o dia

alex vallauri

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