Esqueleto com nariz de palhaço de Vik Muniz integra a mostra <i>Relicário</i> - Divulgação

Relicário mostra mais Vik Muniz

Exposição, que abre na próxima quarta, 2 de março, é oportunidade de conhecer mais o artista responsável pelo documentário Lixo Extraordinário

São Paulo, BR Press Publicado em 28/02/2011, às 21h17

(São Paulo, BR Press) - Vik Muniz, cujo trabalho no Aterro do Jardim Gramacho, o maior lixão da América Latina, rendeu a representação do Brasil no Oscar, com o indicado a melhor documentário Lixo Extraordinário, pode ter seu trabalho conhecido por meio da exposição Relicário, que será aberta ao público na próxima quarta, no Instituto Tomie Ohtake.

A mostra reúne um conjunto de 30 trabalhos, objetos, alguns não exibidos pelo artista desde o início de sua carreira, há 20 anos. Estes fizeram parte de sua primeira exposição individual, na galeria Stux, em Nova York, em 1988, e de sua primeira mostra no Brasil, dois anos depois, em uma galeria paulistana.

Outros são execuções recentes de projetos dos anos 80 e 90, que ele não conseguiu realizar na época, entre os quais há peças produzidas na Itália, em Nova York e no Rio de Janeiro. Em Relicário, ao recuperar a produção de décadas anteriores, Vik Muniz confere uma aura quase que etnográfica às obras reunidas.

Devaneios palpáveis

Um origami feito de uma só folha de papel; um crânio com nariz de palhaço; uma ampulheta com um tijolo dentro; um sarcófago feito de Tupperware; luvas de seis dedos; uma "Enciclopédia Britânica" de um só volume; uma pluma de mármore. Estes são alguns dos trabalhos que estão na exposição.

São obras repletas de ironia que tratam da identidade destes objetos em relação à sua função, sempre impregnadas de humor levado a sério. "Interessam-me espaços onde a lógica e o senso comum falham, criando oportunidade ao público para novas experiências", diz Vik Muniz.

Lixo ao luxo

A recriação de objetos cotidianos por meio de uma farta pesquisa material - do lixo aos materiais nobres - contribui para o amplo repertório de imitação ilusória do real construído pelo artista, conferindo-lhe especial notoriedade. O processo de sedução por meio desse grande cenário vem acalantado pelo humor, o elo final a captar o olhar do espectador.

A exposição, que passou no final de 2010 pelo Rio de Janeiro, traz ainda exemplares da série Flora Industrialis, composta de fotografias de flores artificiais captadas e catalogadas por Vik Muniz com rigor científico, identificando o país fabricante e o tipo de material usado. São imagens de flores individuais, dificilmente reconhecidas como artificiais, sobre fundo escuro, dispostas de maneira emblemática, lembrando uma fotografia do século 19.

Relicário em São Paulo

De terça a domingo, das 11h às 20h

Até 24/4

Instituto Tomie Ohtake - Av. Faria Lima, 201 (Entrada pela Rua Coropés)

Entrada franca

Informações: 11 2245-1900

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