Kristen Stewart em <i>Branca de Neve e o Caçador</i> - Reprodução

Branca de Neve e o Caçador dá tom sério e épico à tradicional história

O filme traz no elenco Kristen Stewart, Charlize Theron e Chris Hemsworth

Stella Rodrigues Publicado em 01/06/2012, às 08h13 - Atualizado às 12h10

A popularidade da Disney e seu talento para açucarar até o “inaçucarável”, especialmente nos filmes das primeiras décadas do século 20, teve o poder de formatar a imagem que há muitos anos todos nós fazemos da Branca de Neve. A história, repassada oralmente por muito tempo e depois registrada pelos irmãos Grimm, sob a ótica da Disney se resumia a uma moça de vestido branco e azul sendo acolhida pelos divertidos sete anões com nomes que definem a personalidade de cada um. Este ano, dois estúdios resolveram quase ao mesmo tempo reinventar esse enredo. Em abril, chegou às telonas Espelho, Espelho Meu, que manteve em algum nível o aspecto família. Todavia, nesta sexta, 1º de junho, o diretor estreante no cinema Rupert Sanders se encarrega de trazer às telas uma visão diferente com Branca de Neve e o Caçador.

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Os elementos sagrados que conhecemos da história estão lá em peso: maçã envenenada, espelho, anões, príncipe, obsessão pela beleza, princesa maltratada. E outros são acrescentados: seriedade e dramaticidade quanto aos temas, armaduras, flechas em chamas, figurinos ousados, castelos invadidos, cavalos, batalhas e tudo aquilo que se espera de um épico. Kristen Stewart é a princesa que perdeu a mãe e o pai e passou anos trancada em uma torre. Enquanto isso, a madastra Ravenna (Charlize Theron, uma das melhores coisas do filme), mulher que tem como profissão usar seus dotes físicos para conquistar reinados, leva a cabo sua sina de arruinar tudo a sua volta, mergulhando o lugarejo em pobreza e tristeza. Quando o espelho responde à famosa pergunta da rainha (“sim, tem alguém mais bela”), ela decide que precisa matar a filha do rei. Manda seu servil irmão Finn (Sam Spruell), cujas mãos executam o trabalho sujo dela, resolver o problema. Mas ele, também partidário da beleza da garota, acaba se deixando enganar e ela foge. Entra em cena o Caçador do título, Chris Hemsworth, que, triste pela perda da esposa, só faz beber. Ele aceita a missão de procurar e entregar a Branca de Neve à rainha, que promete, em troca, trazer a esposa dele de volta. Ao perceber que não havia qualquer verdade nas intenções da rainha de ajudá-lo, ele aos poucos muda de time, e de caçador passa a ser aliado da heroína.

Não demora muito para que ressurja na história William, amigo de infância de Branca de Neve, que a deu como morta quando a poderosa e cruel Ravenna invadiu o reinado. Ao descobrir que ela está viva, o rapaz, com todos os requisitos físicos e morais que as histórias do gênero atribuem a príncipes, se junta ao time de fugitivos em uma tentativa de salvar o reinado e a princesa. Estabelece-se então o que parece estar se tornando uma sina para personagens de Kristen Stewart: o mais desnecessário dos triângulos amorosos (como em Crepúsculo), dando à porção romance do filme um toque teen chato e bobo. Mais uma vez vemos a personagem de Kristen como objeto de desejo de dois fortões que ignoram suas diferenças com o objetivo de protegê-la.

Entre a tarefa de desbravar os elementos mágicos do local onde vivem e fugir do exército da rainha, o trio encontra os anões (oito, neste caso, e todos ótimos personagens). Bem menos acolhedores, estes ex-mineradores perderam a fonte de renda quando se instaurou o reinado de Ravenna. Agora, pilham o que podem e agem hostilmente com todos os não anões. Assim como aconteceu com o Caçador, eles acabam se tornando aliados ao descobrirem que a moça era a filha do rei que um dia idolatraram. Com toda a sabedoria dos anões em cena, a esperança se renova e todos os antigos aliados do rei se juntam à nova líder no combate para derrubar aquele governo. Esta líder, aliás, seguindo a nova tendência, é uma “princesa mão na massa”. Nada daquelas dondocas chatas, que só ficam na posição de donzela em apuros, que habitavam os contos de fadas antigamente.

Alternando entre o brega e o sublime, a direção de arte tem as características todas de uma história medieval, um Senhor dos Anéis de escala, obviamente, bem mais modesta, com direito a cenas de ação robustas – no entanto, contidas em violência para não alienar o público mais jovem com uma classificação indicativa restritiva.

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