Mesmo com atraso de 50 minutos, o público se mostrou fiel e fez coro ao cantor durante a execução, na íntegra, de Manera Fru Fru Manera
Antônio do Amaral Rocha Publicado em 19/05/2013, às 01h42 - Atualizado às 19h21
Uma longa fila dava volta no Theatro Municipal de São Paulo à espera do show de Raimundo Fagner. Pessoas querendo arrumar ingresso de última hora discutiam com os seguranças, falando alto. E a falta de iluminação na frente do teatro, com lâmpadas aparentemente queimadas, dava um clima algo tétrico àquela multidão.
O show estava marcado para as 21h e, meia hora antes, as portas se abriram e os funcionários do teatro começaram a avisar que haveria atraso, sem especificar quanto tempo. Esse atraso foi de nada menos do que 50 minutos. Finalmente foi permitida a entrada à sala e, durante uns 20 minutos, o público inquieto teve que ouvir e ver a passagem de som. De quando em quando, começam palmas para tentar apressar o início do espetáculo.
Finalmente, Fagner entrou tranquilamente e foi ovacionado, comprovando que mantém público cativo. Acompanhado de uma afiada banda de seis músicos (que não foi apresentada) cantou o repertório de seu disco de estreia, Manera Fru Fru Manera, de 1973. As canções não vieram na ordem do disco, mas todas as 12 foram executadas, entre elas, “Mucuripe”, “O Último Pau-de-Arara”, “Penas do Tiê”, “Canteiros”, “Nasci para Chorar”.
Fagner se disse surpreso com o convite para recriar o disco no palco quarenta anos depois de seu lançamento e, em alguns momentos mostrou a voz embargada, dizendo-se feliz com a permanência das canções desse disco junto ao público.
Em trinta minutos de show, Fagner chamou ao palco Zeca Baleiro e juntos fizeram "Serenou na Madrugada" e "Tambores". Zeca declarou que o disco em questão foi o responsável por ele um dia querer se tornar compositor e cantor. Com Zeca ainda no palco, uma pequena confusão começou na plateia, mas logo foi abafada pelos seguranças.
A “surpresa” do show foi a música que dá título ao disco, justamente “Manera Fru Fru Manera”, a menos conhecida de todas pelo grande público e que apontava na sua época um tipo de sonoridade que Fagner não viria a repetir.
Diversas das canções foram entoadas pela plateia, especialmente o megassucesso “Canteiros” e “Mucuripe”. Depois de repassar o repertório do disco, no bis, Zeca Baleiro voltou ao palco e juntos os dois cantaram “Cavalo Ferro”. Como não podia deixar de ser, Fagner se curvou ao gosto do público e encerrou sozinho com “Revelação e “Borbulhas de Amor”.
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