Virada Cultural: Jair Rodrigues, acompanhado de um vaso de pimenta, relembra a parceria com Elis Regina

O cantor encerrou as atividades no palco 30 Anos Sem Elis, com programação inteiramente dedicada à memória da carreira da Pimentinha

Stella Rodrigues Publicado em 06/05/2012, às 21h50 - Atualizado às 21h55

Aos 73 anos, Jair Rodrigues mostrou uma jovialidade impressionante durante a performance que encerrou a programação do palco 30 Anos Sem Elis - cantou, dançou, pulou, “viu gente morta”, se jogou para a galera e plantou bananeira (literalmente! Ficou de cabeça para baixo durante a execução de “Deixa Isso Pra Lá”).

O amigo de Elis Regina, com quem fazia o programa Dois Na Bossa, levou para outro nível a ideia de que uma pessoa que morre continua viva em espírito para todos que a amam. Chegou para cantar carregando um vaso de pimenta, em uma clara referência ao apelido de Pimentinha conferido à cantora. Depois, passou o resto do tempo, uma hora e 15 minutos de apresentação, se alternando entre mostrar as canções que “nós cantamos juntos em shows por esse mundo afora”, relembrar histórias ao lado da amiga que tinham a ver com o repertório escolhido e bater papo com uma Elis imaginária que ele puxou pelo braço para subir ao palco logo no começo da apresentação. A performance foi mais ou menos como uma aula de história da música brasileira que passeou por diversos subgêneros e bastidores dos festivais como o da TV Excelsior.

Um Jair com sorriso de orelha a orelha começou com o famoso pot-pourri que abre o disco gravado em parceria com a amiga, sendo que a faixa inclui trechos de "O Morro Não Tem Vez”, “Feio Não É Bonito”, “Samba do Carioca”, “Este Mundo É Meu”, “A Felicidade”, “Samba de Negro”, “Vou Andar por Aí”, “O Sol Nascerá (a Sorrir)”, “Diz que Fui por Aí”, “Acender as Velas” e “A Voz do Morro". Das canções do disco, ainda fez parte “Arrastão”. O setlist passou por diversas músicas que integraram o repertório dele ou dela, em algum momento: “Tiro ao Álvaro”, “Romaria”, “Eu Sei que Vou te Amar”, “Disparada”, “Saudosa Maloca” são apenas algumas. Um trecho do Hino Nacional Brasileiro também foi entoado, com direito a Jair caçoando dos jogadores de futebol que “depois da primeira parte ficam só mascando chiclete. Coçam o saco, a bunda, mas ninguém canta mais nada”.

O público, que em média era mais velho, cantou junto quase sempre e se divertiu com a doçura de Jair ao bater papo e bajular a Elis Regina em espírito que “eles não estão vendo, mas eu estou”, garantiu o Cachorrão. O artista ainda disse para a amiga que “não tem ninguém ainda por aqui que cante como você cantou” e, já na despedida, pediu: “já faz trinta anos que se foi. Precisa voltar, viu, nega?”.

elis regina jair rodrigues virada cultural 30 anos sem elis pimentinha

Leia também

Esmir Filho, diretor de Homem com H, lamenta queda de ponte no RS


Planet Hemp fará show especial e gravação de DVD comemorativo de 30 anos da banda


Furiosa: George Miller sugere que prequela de Mad Max pode ganhar sequência


Dan Schneider processa produtores de Quiet on Set: O Lado Sombrio da TV Infantil


And Just Like That...: Rosie O'Donnell estará na terceira temporada da série


Daniel Radcliffe comenta postura antitrans de J.K. Rowling: 'Me deixa muito triste'