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Dia do Rock: 13 grandes canções do rock nacional

Gabriel Nunes Publicado em 13/07/2016, às 09h28 - Atualizado em 19/09/2016, às 16h46

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13 grandes canções do rock nacional - Redação
13 grandes canções do rock nacional - Redação

Erasmo Carlos - “Festa de Arromba” (1965)

Carro chefe de A Pescaria (1965), disco de estreia de Erasmo Carlos, “Festa de Arromba” surgiu como uma espécie de ode à Jovem Guarda. Escrita a quatro mãos com Roberto Carlos, a canção exalta o estilo de vida descompromissado da juventude paulistana de class -média, com menção a diversos artistas que integraram o movimento musical, como a cantora Wanderléa, Renato e Seus Blue Caps, Ed Wilson, entre outros.


Os Mutantes - “A Minha Menina” (1968)

Ao lado de grupos como Ave Sangria e O Terço, Os Mutantes foi um dos principais expoentes do rock psicodélico nacional. Filhos do Verão do Amor, de 1967, com o AI-5, o trio paulistano misturou elementos característicos do rock anglófono a ritmos e estilos tipicamente brasileiros, como o maracatu e o carimbó. Com letra de Jorge Ben Jor e arranjos do maestro e compositor Rogério Duprat, “A Minha Menina” ganhou covers da banda escocesa Belle & Sebastian e do grupo britânico The Bees.


Gal Costa - “Dê um Rolê” (1971)

Composta pelos novos baianos Moraes Moreira e Luiz Galvão, a canção “Dê um Rolê” foi imortalizada na voz de Gal Costa, no disco ao vivo Fa-Tal – Gal a Todo Vapor (1971). Com direção do poeta Waly Salomão (1943-2003), as apresentações que a cantora soteropolitana realizou entre 1969 e 1971 no Teatro Tereza Raquel, no Rio de Janeiro, foram compiladas no primeiro álbum duplo da história da MPB. Lançado durante os Anos de Chumbo de Emílio Garrastazu Médici, Fa-Tal… despontou como um violento grito de resistência à ditadura militar, marcando a carreira de Gal e a nossa história cultural.


Gilberto Gil - “Back In Bahia” (1972)

O disco Expresso 2222 marcou o regresso de Gilberto Gil ao Brasil após três anos de expatriação em Londres. Fortemente influenciado pelo rock britânico – que bebia, por sua vez, do blues rock norte-americano – Gil concebeu a faixa “Back In Bahia” como uma espécie de Canção do Exílio, em que enaltece paisagens da Bahia e relembra, sem as reticências de alguma amargura, os momentos em que sentiu saudade de casa.


Secos & Molhados - “O Vira” (1973)

Influenciada pela dança folclórica portuguesa Vira, a canção de 1973 revisita as guitarras ácidas do rock psicodélico sessentista e injeta, com as danças performáticas e as roupas carnavalescas de Ney Matogrosso, doses de glam rock à la David Bowie na MPB. A faixa, que faz parte do disco homônimo de estreia do grupo paulistano, é comumente tida como uma espécie de metáfora bem-humorada sobre a homossexualidade.


Raul Seixas - “Al Capone” (1973)

Fruto da parceria de Raul Seixas com o escritor Paulo Coelho, a canção “Al Capone” apareceu pela primeira vez no disco Krig-ha, Bandolo!, estreia do baiano como músico solo. O título do álbum é uma referência ao grito de guerra do Tarzan dos quadrinhos de Edgard Rice Burroughs. Traduzindo da língua dos Mangani, espécie de gorilas que criaram o herói, a frase significa algo como: “Cuidado que o inimigo vem aí!”


Alceu Valença - “Agalopado” (1977)

Faixa de abertura de Espelho Cristalino, “Agalopado” é um bom exemplo da simbiose musical que abarca a carreira do cantor e compositor pernambucano. Ao mesclar as guitarras ardidas do acid rock anglófono à viola e ao pífano (instrumento típico das canções folclóricas nordestinas), Valença concebe uma espécie de baião lisérgico e psicodélico.


Blitz - “Ela Quer Morar Comigo na Lua” (1982)

Lançada em 1982 no disco de estreia da Blitz, As Aventuras da Blitz I, “Ela Quer Morar Comigo na Lua” foi censurada pelo DCDP (Divisão de Censura de Diversões Públicas) pela frase: “Ô, ela diz que eu ando bundando”. A canção não foi a única do grupo a ser vetada pelo órgão. “Cruel, Cruel Esquizifrenético Blues”, do mesmo álbum, também não passou pelo crivo da censura da época. Como o LP já havia sido prensado no momento em que foi decidido vetar a obra, as duas faixas precisaram ser riscadas à mão, de forma que quem tentasse ouvir as músicas acabava com a agulha da vitrola.


Titãs - “Bichos Escrotos” (1986)

“Bichos Escrotos” era tocada pelos Titãs desde 1982, mas devido à censura a canção viria a integrar o repertório de um compacto do grupo somente em 1986, no disco Cabeça Dinossauro. Ironicamente, a faixa acabou vetada nas rádios por conta da frase: “Vão se foder!”. Porém, os pedidos para que ela fosse executada eram tantos que muitas rádios decidiram tocá-la apesar disso.


Legião Urbana - “Química” (1987)

Definida por Renato Russo no encarte do disco Que País É Este 1978/1987 (1987) como o “grito de guerra dos vestibulandos”, a canção foi escrita em 1978, durante a fase do lendário Aborto Elétrico, que posteriormente originaria o Legião Urbana e o Capital Inicial. Nove anos depois, a canção soava tão atual quanto na época em que foi escrita. Altamente influenciada pelo lirismo agressivo e pela violência instrumental do punk rock britânico de grupos como Sex Pistols, “Química” questiona o aprendizado universitário como condição natural na vida das pessoas para o sucesso financeiro e realização pessoal.


Cazuza - “Burguesia” (1989)

Primeira faixa do último disco solo de Cazuza, “Burguesia” é uma espécie de canção-manifesto do cantor, que nunca fez questão de esconder sua afinidade com os ideais de esquerda. Durante as gravações de Burguesia (1989), único álbum duplo da carreira, o músico carioca estava tão debilitado que muitas vezes precisou gravar sentado ou até mesmo deitado.


Rita Lee - “Todas as Mulheres do Mundo” (1993)

“Todas as Mulheres do Mundo”, do 13º disco de estúdio de Rita Lee, leva o título da comédia de 1966 estrelada por Leila Diniz, morta prematuramente aos 27 anos. A canção, que faz menção à atriz que se tornou célebre ao quebrar tabus e romper com estereótipos de gênero nos anos 1960, é um hino emancipatório e empoderador a todas as mulheres.


Chico Science & Nação Zumbi - “Maracatu Atômico” (1996)

A faixa “Maracatu Atômico” foi lançada originalmente em 1974, como parte do disco homônimo de Jorge Mautner. Composta pelo músico e escritor carioca em parceria com o arranjador Nélson Jacobina, a canção ganhou, ainda nos anos 1970, uma versão na voz de Gilberto Gil em Cidade do Salvador (1974). Pouco mais de duas décadas depois, Chico Science & Nação Zumbi reinventaram e deram uma nova roupagem à composição de Mautner. Mesclando elementos do hip-hop e do funk rock norte-americano aos ritmos oriundos do nordeste brasileiro, a banda recifense deu origem a um novo gênero musical, o manguebeat.