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Oscar 2017: as influências de La La Land - Cantando Estações

Redação Publicado em 26/02/2017, às 17h57 - Atualizado às 18h05

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La La Land - galeria - Divulgação
La La Land - galeria - Divulgação

Os Guarda-Chuvas do Amor (1964)



Em várias entrevistas, o diretor Damien Chazelle declarou que La La Land foi inspirado principalmente nos dois filmes musicais que o diretor francês Jacques Demy fez na década de 1960, Os Guarda-Chuva do Amor e Duas Garotas Românticas. La La Land é, acima de tudo, uma história de amor que não dá certo. Este clima doce-amargo, com a euforia romântica do início sendo demolida posteriormente pela impotência emocional, é cerne de Os Guarda-Chuvas do Amor. Em La La Land, Chazelle soube capturar com sentimento toda a dualidade do trabalho de Demy que o inspirou.


Duas Garotas Românticas (1967)



A abertura do filme de Chazelle, ao som de "Just Another Sunny Day", decalca o início de Duas Garotas Românticas; mostra um monte de gente abandonando seus veículos na estrada para começar a dança e cantar. Chazelle também se inspirou no visual kitsch, nas cores fortes e na mera exuberância e alegria de cantar e dançar. A coreógrafa Mandy Moore também deu este tom a alguns números musicais. Toda a trilha de Justin Hurwitz se baseia amplamente no escore e nas canções que Michel Legrand criou para os filmes de Demy. É uma deslumbrante mistura de jazz, poema sinfônico e até valsa. As canções têm momentos de euforia, mas em certas ocasiões partem para a dissonância, registrando melancolia e tristeza. O grandioso tema de amor e Mia e Sebastian é muito parecido com o tema do Concerto escrito pelo personagem Andy (Gene Kelly), de Duas Garotas Românticas.


Cantando na Chuva (1952)



O mais conhecido e amado filme musical e todos os tempos, Cantando na Chuva, dirigido por Stanley Donen e Gene Kelly, é parada obrigatória quando se fala no gênero. La La Land tem inúmeras referências visuais ao filme; em um momento, Ryan Gosling se pendura em um poste de iluminação, como fez Kelly. A influência na narrativa, então, é profunda. Cantando na Chuva é um filme sobre os bastidores do cinema e La La Land também diserta sobre o outro lado do showbusiness.


Sinfonia de Paris (1951)



Existe um fascínio pela França dentro do universo do cinema musical. La La Land também tem o país europeu como fonte de inspiração. Mia canta em "Audition" que uma tia dela morou lá. É lá que onde finalmente consegue realizar seu sonho se tornar uma atriz de renome. O "final idealizado" do filme é também uma reprodução de várias sequências e situações do balé que ocupa a parte final de Sinfonia de Paris, obra-prima dirigida por Vincente Minelli que ganhou seis prêmios Oscar, incluindo o de Melhor Filme.


Vamos Dançar? (1937)



Praticamente todos os filmes que a dupla Fred Astaire/Ginger Rogers estrelou nas décadas de 1930 e 1940 partiam desta premissa: eles se conheciam de forma inesperada e desajeitada (o famoso “meet-cute”; se estranhavam e, posteriormente, acabavam se alfinetando em alguma canção. No final, claro, ficavam juntos. Quando Mia e Sebastian dão vida ao número musical "Lovely Night", eles cantam que "estão jogando uma bela noite fora". Na verdade, estão revivendo a charmosa guerra dos sexos engendrada por Astaire e Ginger décadas atrás. Mia canta para Sebastian: “Embora você esteja tão gracioso em seu terno de poliéster...”; ele responde: “É de lã!”. Este é o tipo de letra que poderia ter saído de uma canção de Cole Porter ou de Irving Berlin.


A Roda da Fortuna (1953)



Neste clássico de Vincente Minelli, Fred Astaire e Cyd Charisse vivem atores e dançarinos que têm que trabalhar juntos em uma peça. A princípio, eles não se entendem. O personagem de Astaire acha que a atriz vivida por Cyd é esnobe, já que esta veio do mundo do balé; ela o considera é um artista popular decadente. Eles só começam se conhecer e se respeitar depois que dançam ao som de "Dancing in The Dark". Em La La Land, Mia e Sebastian também acham que não têm nada a ver um com o outro. E descobrem também dançando ao ar livre, tendo Los Angeles como fundo, que podem ter algum tipo de futuro juntos.


Juventude Transviada (1954)



Este clássico sobre rebelião juvenil estrelado por James Dean e Natalie Wood é uma espécie de fio-condutor de La La Land. Mia e Sebastian têm o primeiro encontro de verdade em um cinema retrô onde está sendo exibido o filme dirigido por Nicholas Ray. E quando a fita enrosca no projetor, ele decidem visitar o Observatório Griffith, um dos locais focalizados em Juventude Transviada. E lá, a mágica literalmente acontece entre eles.


Casablanca (1941)



O filme romântico em sua quintessência, Casablanca surge como um adorável fantasma que persegue a narrativa de La La Land. O curioso Sebastian pergunta quem é o (Humphrey) "Bogart" da vida de Mia. Já ela tem um quadro enorme de Ingrid Bergman no quarto. Em certo momento, enquanto eles estão circulando pelos estúdios da Warner, ela mostra os sets e fala que "Bogart e Ingrid olharam daquela janela". As conclusões de Casablanca e de La La Land são idênticas: eles se amam, mas sabem que no final não podem permanecer juntos.