Rolling Stone
Busca
Facebook Rolling StoneTwitter Rolling StoneInstagram Rolling StoneSpotify Rolling StoneYoutube Rolling StoneTiktok Rolling Stone

Ozzy Osbourne no palco: 10 discos ao vivo ranqueados do melhor ao pior

Kory Grow Publicado em 09/02/2018, às 18h36 - Atualizado às 19h02

WhatsAppFacebookTwitterFlipboardGmail
Ozzy ao vivo - galeria - abre - Natacha Pisarenko/AP
Ozzy ao vivo - galeria - abre - Natacha Pisarenko/AP

Após quase quatro décadas definindo e redefinindo o heavy metal – e aterrorizando pequenos animais – como artista solo, Ozzy Osbourne preparou a última turnê da carreira. Para celebrar o legado do Príncipe das Trevas em cima do palco, fizemos um ranking de todos os lançamentos ao vivo oficiais de Osbourne desde que ele provou ser mais do que “apenas” o cantor do Black Sabbath.



Durante a carreira solo, ele foi acompanhado por diversos mestres da guitarra, incluindo Randy Rhoads, Jake E. Lee e Zakk Wylde. O último deles foi o escolhido para a turnê derradeira, mas cada um destes músicos deixou uma marca única em seus respectivos períodos, inspirando Ozzy como vocalista e deixando registros de algumas performances inesquecíveis.



A seguir, o ranking dos dez lançamentos ao vivo de Ozzy Osbourne.



POR KORY GROW


10 – “iTunes Festival: London 2010” (2010)



Gravado durante a turnê do álbum Scream, disponibilizado em 2010 e mais recente trabalho de Ozzy em estúdio, esse lançamento apenas digital é facilmente esquecível, mas também é o único registro de uma apresentação ao vivo na qual o guitarrista Gus G., da banda Firewind, atua ao lado de Ozzy. Apesar da performance de G. ao longo do show ser inspiradora, por vezes soa um pouco previsível (incluindo algumas harmonias tocadas exatamente do jeito que Zakk Wylde as toca), e as músicas que compõem a tracklist são uma compilação de clássicos previsíveis da carreira solo de Ozzy e do Black Sabbath, além de incluir o single da época “Let Me Hear You Scream”. O que falta são as raridades da era de Jake E. Lee, como “Shot in the Dark” e “Bark at the Moon”, performada de maneira especialmente linda por Gus durante a turnê. No fim das contas, esse lançamento apenas digital se tornou uma raridade. Não é possível nem encontrar um vídeo com qualidade boa no YouTube.


9 – “Speak of the Devil” (1982)



Após a morte do guitarrista Randy Rhoads em um acidente bizarro de avião, em março de 1985, a empresária de Ozzy, e sua futura esposa, Sharon, estava determinada a não deixá-lo cair em depressão. Então, ela o incentivou a arrumar um novo guitarrista quase que imediatamente, e Ozzy chegou a fazer alguns shows com o músico irlandês Bernie Tormé, até trazer para o palco consigo Brad Gillis, para o resto da turnê.



A banda então gravou um LP duplo ao vivo, chamado Speak of the Devil, no Ritz, em Nova York. Na tracklist, apenas músicas do Black Sabbath, e o projeto foi lançado com três objetivos: cumprir o contrato com o selo Jet Records, do pai de Sharon e ser algo que não explorasse a morte de Rhoad, além de servir como concorrência aos seus ex-companheiros do Black Sabbath, que estavam também lançado um álbum ao vivo, o Live Evil, com Ronnie James Dio no lugar de Ozzy, que por sua vez negou o lançamento do álbum como uma obediência contratual.


8 – “Live at Budokan” (2002)



Gravado na lendária locação de Tóquio, no ápice do sucesso do programa Os Osbournes, esse álbum e DVD visavam mostrar aos fãs casuais que Ozzy era muito mais que uma estrela de reality show. A banda que acompanhava o músico era particularmente forte, com o baixista Robert Trujillo, que futuramente entraria para o Metallica, o baterista e ex-Faith No More Mike Bordin, todos lado a lado com Zakk Wylde na guitarra. Para completar, a voz de Ozzy está na sua melhor forma, ao longo da apresentação inteira, e no vídeo é possível ver o quanto ele estava se divertindo no show.


7 - “Just Say Ozzy” (1990)



Ao embarcar na turnê do primeiro disco com o guitarrista Zakk Wylde, o No Rest for the Wicked, de 1988, Ozzy precisava de um baixista, então ele telefonou para um antigo companheiro de Black Sabbath, Geezer Butler. Na época, a banda que o acompanhava tinha mais membros originais do Sabbath do que o próprio Sabbath. Dessa forma, o EP inclui duas músicas da fatídica banda: “War Pigs” e uma especialmente energética “Sweet Leaf”, junto com três músicas do No Rest for the Wicked e uma versão da “Shot in the Dark”, do álbum Ultimate Sin, de 1986, considerada por Ozzy sua gravação favorita da faixa. Só a performance de Wylde e as linhas de baixo cheias de groove de Butler já são o suficiente para que Just Say Ozzy mereça ser escutado. O vídeo aqui presente não é do Just Say Ozzy, mas é uma rara demonstração do que esses músicos juntos conseguiam fazer na música “Shot in the Dark”.


6 – “Bark at the Moon” (1984)



Infelizmente já indisponível há muito tempo, Bark at the Moon foi o primeiro vídeo ao vivo lançado por Ozzy, que na época transbordava energia nas apresentações. Durante a música que dá nome à filmagem, o vocalista, com seu então cabelo loiro, faz caretas dignas de alguém possuído, finge fumar um baseado em “Flying High Again” e levanta os braços em sinal de vitória no final da música “Crazy Train”. Ao longo do show, o guitarrista recém recrutado, Jake E. Lee, se contorce, bate os pés e desafina a guitarra enquanto toca um milhão de notas por minuto no solo de “Suicide Solution” e em faixas como “Center of Eternity” e “Rock ‘n’ Roll Rebel”. Tudo isso enquanto o baterista Tommy Aldridge, por alguma razão, toca do topo de uma enorme escadaria. É puro rock bombástico, e merece muito mais do que um vídeo de má qualidade no YouTube.


5 – “Live & Loud” (1993)

Em 1992, um ano depois de lançar o estelar álbum No More Tears , Ozzy teve uma surpresa após ser erroneamente diagnosticado com esclerose múltipla e mal de Parkinson. Ele decidiu que queria se aposentar e passar mais tempo com a família, então promoveu uma turnê derradeira: a de No More Tears. O álbum duplo ao vivo, também lançado em vídeo, Live & Loud, trazia uma compilação de performances particularmente eletrificadas. A versão do disco para “I Don't Want to Change the World” rendeu o primeiro Grammy a Osbourne, e a cover ao piano da balada “Changes”, do Black Sabbath – a qual a banda de Osbourne gravou apenas uma vez durante a excursão, em um show no Red Rocks, em Denver, Estados Unidos –, se tornou um hit improvável em rádios de rock.


4 – “Live EP” (1980)

O primeiro lançamento ao vivo de Ozzy em carreira solo contém três faixas gravadas durante a primeira turnê dele pós-Sabbath, no Gaumont Theatre, em Southampton, na Inglaterra. Além das versões brilhantes de “Mr. Crowley” e “Suicide Solution”, amplificadas pelos solos pirotécnicos de Randy Rhoads e pelo órgão tocado por Lindsay Bridgwater, este EP é essencial por uma razão: a única performance em todos os tempos da música romântica “You Said It All”. A banda compôs a faixa especificamente para o lançamento, uma vez que a gravadora queria um novo lado B, e gravou a versão em uma passagem de som. No entanto, o riff robusto, o refrão contagiante e o solo improvável fazem da canção mais do que uma “sobra”. É tão boa quanto qualquer coisa em Blizzard of Ozz – isto se não for melhor que boa parte deste disco.


3 – “The Ultimate Ozzy” (1986)

Ainda que tenha existido um EP de três músicas chamado The Ultimate Live Ozzy, que saiu em 1986, é o lançamento em home-video de The Ultimate Ozzy que contém todas as músicas e merece estar neste ranking. Capturado no auge do período do guitarrista Jake E. Lee com Ozzy, este vídeo contém 12 faixas ao vivo, incluindo uma versão pesada de “Killer of Giants”, e ainda três videoclipes. A guitarra de Lee é de primeira qualidade e a química entre ele e Ozzy é inegável, com o vocalista até mexendo no cabelo dele durante uma performance. Mas, um ano depois do lançamento, Lee seria demitido da banda – supostamente porque era incapaz de ficar afastado da família – e substituído por Zakk Wylde, fazendo deste registro um documento valioso de um capítulo frequentemente revisitado na carreira de Ozzy.


2 – “Ozzy Live” (2012)

Primeiramente lançado como material bônus no relançamento de 2011 de Diary of a Madman, esta compilação – agora lançada separadamente – de vídeos ao vivo da era Randy Rhoads é uma lembrança perfeita do porquê esta foi uma parte integral da sonoridade de Ozzy no começo dos anos 1980. Diferente de Tribute, a guitarra de Rhoads está na frente e no centro da mixagem e o jeito dele tocar continua soando como se ele estivesse explorando as limitações do instrumento, especialmente durante o solo estendido de “Suicide Solution”. A gravação também traz algumas das melhores performances vocais de Ozzy; ele soa positivamente inebriado em “Crazy Train” e “Steal Away (the Night)”. Uma vez que o áudio destas gravações não está online, incluímos um vídeo do YouTube de uma performance de “Mr. Crowley” de 1981, gravada para um programa de TV de Rochester, em Nova York, mesmo que ele não chegue perto do conteúdo de Ozzy Live.


1 – “Tribute” (1987)

Ozzy pensava em soltar este disco duplo ao vivo de gravações da turnê Diary of a Madman como o lançamento original de Speak of the Devil, mas ele depois decidiu que não achava certo fazer isso logo após a trágica morte de Rhoads. Ele então finalmente resolveu lançar o material quando a mãe de Rhoads, Delores, disse a Ozzy que estava recebendo muitos pedidos por gravações ao vivo em que o filho dela participasse. Lançado no aniversário de cinco anos do acidente de avião, Tribute é o único lançamento solo de Ozzy assinado duplamente, com o nome de Rhoads ao lado do vocalista. Rhoads toca de maneira maravilhosa, com solos incendiários em “Mr. Crowley”, “Crazy Train” e uma inacreditável seção estendida no meio de “Suicide Solution”. As versões de “Iron Man”, “Children of the Grave” e “Paranoid” são sujas e renovadas, uma vez que Rhoads supostamente não era fã de Black Sabbath e decidiu dar a própria interpretação a estas músicas. O registro também traz algumas das mais inspiradas performances vocais de Osbourne, já que ele soa rejuvenescido após a saída do Black Sabbath. É o som de um homem renascido, com o combustível que ele esperou durante a vida inteira. E é um dos raros álbuns ao vivo que te deixa querendo mais.