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Viagem ao Marrocos dá o tom a “Lembe”, faixa que antecede o terceiro disco do Bixiga 70

Coletivo lança o novo álbum autointitulado na terça, 7; show de lançamento acontece em São Paulo

Lucas Brêda Publicado em 06/04/2015, às 17h42 - Atualizado em 07/04/2015, às 18h40

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O grupo paulistano Bixiga 70 - Leco de Souza/Divulgação
O grupo paulistano Bixiga 70 - Leco de Souza/Divulgação

por Lucas Brêda

“A nossos ancestrais”, diz a dedicatória do terceiro álbum da carreira do Bixiga 70, assim como os outros dois, autointitulado. O disco chega à internet no próximo dia 7, terça-feira, embalado pela passagem do grupo pelo Marrocos e marcando a evolução constante do coletivo, cada vez mais unido e curioso. Com exclusividade no Sobe o Som, conheça “Lembe”, uma das faixas do Bixiga 70 de 2015.

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“Ter ido à África mexeu muito com a banda”, conta um dos saxofonistas do coletivo, Cuca Ferreira. “Nossa passagem pelo Marrocos tocou artisticamente e pessoalmente todo mundo. Foi um pouco assim: ‘Estamos entendendo um pouco melhor de onde viemos”. Os dez músicos ficaram menos de uma semana no país, trocando experiências com instrumentistas locais em oficinas após uma apresentação no festival Mawazine, um dos maiores da região.

“Foi engraçado: o pessoal nos chamou para mostrarmos um pouco dos nossos ritmos e levadas, só que teve tanto músico bom de lá que, no final, a gente aprendeu mais do que ensinou”, acrescenta Ferreira, enchendo a boca para lembrar-se de como um saxofonista local o “ensinou a fazer micro-tons – uma coisa muito de escala árabe, da África branca – que ele reproduzia no saxofone normal, um instrumento ocidental”. “Ele conseguiu desenvolver uma técnica específica para fazer aquele som em um instrumento que não foi feito para aquilo!”

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Após uma incursão bem guiada a parte das raízes que sustentam o som do grupo – e com novos instrumentos na bagagem –, eles voltaram ao Bixiga, à rua Treze de Maio, e começaram a compor o novo álbum. Desta vez, entretanto, sem arranjos pré-concebidos e sem segregação das composições. “Este terceiro disco foi 100% coletivo”, conta Ferreira. “Tanto composição como arranjo foram feitos pelos dez juntos.”

No primeiro álbum, a banda se conhecia não havia seis meses, e “a maioria dos temas foi alguém que trouxe”, de acordo com o saxofonista. No segundo, todos os arranjos foram feitos coletivamente. Para o terceiro trabalho, tudo surgiu em conjunto – “inclusive as composições” – e, por isso, os créditos no disco vão a todos do Bixiga 70, pela primeira na carreira do grupo.

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“Tínhamos acabado de voltar da viagem com tudo fresco e nos trancamos no estúdio”, narra Ferreira, referindo-se ao período entre julho e agosto de 2014 em que o álbum foi concebido. “As canções nasceram no estúdio antes de irem ao palco – o que para nós é bem estranho, porque normalmente acontecia o contrário. Mas estávamos com a cabeça fervilhando, cheios de ideias.”

“Lembe”, sétima faixa do próximo Bixiga 70, é o reflexo mais exaltado do tempo do coletivo no Marrocos. Levada em ritmo quebrado e arranjos sofridos de sopro, a canção ganha corpo nos solos de teclado e tem clímax em uma refinada passagem de sax. É o Bixiga 70 com a cabeça na África mas os pés bem fixados na Treze de Maio.

Conheça “Lembe”

Show de lançamento de Bixiga 70

16 e 17 de abril (quinta e sexta-feira), às 21h30

Sesc Pompeia (Choperia) – Rua Clélia, 93 – Vila Pompeia, São Paulo-SP

Ingressos: R$ 30 (há meia entrada)

Bixiga 70 (2015)

Como uma busca inconsciente às raízes, o novo Bixiga 70 não se limita ao sólido instrumental dançante baseado no afrobeat que consolidou a banda nos dois primeiros discos. O nordeste – influência sempre presente no trabalho dos paulistanos – dá as caras em “Di Dancer” e a guitarra que flerta com a psicodelia e com o brega ganha espaço na já revelada “100% 13”.

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Patrocinado pelo Petrobrás Cultural, o álbum foi gravado no estúdio Traquitana, com mixagem de Victor Rice, masterização do francês Grant Phabao (Paris DJs). O Bixiga 70 é Décio 7 (bateria), Marcelo Dworecki (baixo), Cris Scabello (guitarra), Mauricio Fleury (teclado e guitarra), Rômulo Nardes e Gustávo Cék (percussão), Daniel Nogueira (sax tenor), Douglas Antunes (trombone) e Daniel Gralha (trompete), além de Cuca Ferreira (no sax barítono).

Abaixo, veja a capa e a tracklist de Bixiga 70

1 – “Ventania”

2 – “Niran”

3 – “100% 13”

4 – “Di Dancer”

5 – “Machado”

6 – “Martelo”

7 – “Lembe”

8 – “Mil Vidas”

9 – “7 Pancadas”