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Hardcore e cachaça: descubra o som da banda brasiliense Cadibóde

O grupo relembra as histórias inusitadas que viveram durante as gravações com o produtor veterano Lampadinha

Gabriel Nunes Publicado em 15/05/2016, às 11h34 - Atualizado em 17/05/2016, às 15h42

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Cadibóde em ensaio pelo fotógrafo Glauco Martins. - Glauco Martins
Cadibóde em ensaio pelo fotógrafo Glauco Martins. - Glauco Martins

Por Gabriel Nunes

Formada em 2011 em Brasília, a Cadibóde tem chamado atenção dentro da cena hardcore nacional. Com o respaldo de gente como o produtor Agildo Lásaro – mais conhecido por Lampadinha, apelido de infância que o sorocabano carrega até os dias atuais – e o guitarrista Marquim (Raimundos), que gravou o solo da faixa “Vida Lascada”, a banda lançou em março o disco Ficar Doido é Fei!, pelo selo Casa do Lampadinha.

“Você não acredita que os caras possam tocar tão bem bebendo o tanto que eles bebem”, comenta o produtor musical Lampadinha sem disfarçar o riso. Formado pelos músicos Paulo Fernando (baixo), Bruno Eduardo (vocal), Micuim (bateria), Pedro Cacaes e Pedro Rosa (guitarra), o grupo nasceu do encontro de bandas da já não tão efervescente cena emo dos anos 2000. “Estávamos cansados daquela merda toda de ficar chorando. Sabe? Ninguém queria mais continuar tocando todos aqueles clichês”, confessa Cacaes.

Para o guitarrista da Cadibóde, outro fator importante para o amadurecimento musical do grupo foi as gravações na Casa do Lampadinha, que aconteceram ao longo de uma semana em 2014. “Isso deu um puta direcionamento na nossa carreira. A gente nunca teve uma responsabilidade dessas antes. Foi muito bom para o aperfeiçoamento do nosso som”, comenta o músico.

Lampadinha conta à Rolling Stone Brasil ter se impressionado com a originalidade do som. “Quando escutei pela primeira vez a Cadibóde, algo que me chamou atenção foi a autenticidade deles. Os caras são tudo aquilo o que eles cantam nas músicas, coisa difícil de se ver hoje em dia.”

Cacaes acredita ainda que a ocasião rendeu não apenas um intercâmbio de conhecimentos musicais, mas também um punhado de boas histórias, todas regadas a cachaça. Os músicos não fazem questão de esconder o forte apreço que têm pela aguardente brasileira feita à base de cana. Lampadinha se recorda, saudoso, de um momento específico das gravações com a Cadibóde. “Assim que eles chegaram, o Bolhão (Bruno Eduardo) virou para mim e disse que queria tomar alguma bebida que só existe aqui em São Paulo. A primeira que me veio em mente foi o licor Fogo Paulista. Em seguida, ele saiu do estúdio e voltou com uma garrafa inteira e ficou dando uns tragos enquanto gravava os vocais. É claro que ele ficou muito bêbado, mas as gravações ficaram ótimas!”

Depois de ter passado pelo Raimundos Rock Fest, que aconteceu no início de março na casa de shows paulistana Carioca Club, o grupo planeja agora viajar pelo Brasil para continuar divulgando o trabalho. “Queremos tocar em tudo quanto é lugar. Do norte ao sul do país, em show grande e pequeno, não importa. A gente só quer mostrar para as pessoas o nosso som”, diz Cacaes com entusiasmo. Segundo o guitarrista, um dos grandes sonhos do grupo é ainda receber o patrocínio de alguma marca de cachaça. Entre tantas, a pernambucana Pitú é a preferida. “Se você colocar isso na matéria, eu posso mandar para eles e tentar o patrocínio. Vai que rola”, brinca.

Ouça o álbum Ficar Doido É Fei!, da banda Cadibóde.