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Em Tick, Tick... Boom!, sonhos e decepções da juventude se transformam em melodia e geram identificação [REVIEW]

Disponível na Netflix, Tick, Tick... Boom! conta com Andrew Garfield no papel do famoso compositor de musicais, Jonathan Larson

Vitória Campos (sob supervisão de Yolanda Reis) Publicado em 28/11/2021, às 10h00

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Andrew Garfield em Tick, Tick... Boom! (Foto: Divulgação / Netflix)
Andrew Garfield em Tick, Tick... Boom! (Foto: Divulgação / Netflix)

Aos 20 e poucos anos, quase beirando os 30, é normal se sentir sem rumo e pensar que está perdendo tempo. Afinal, você — provavelmente — ainda não alcançou todos os objetivos que determinara para essa idade e se considera especial, mas, por que ninguém mais enxerga isso? Com essa temática, o musical Tick Tick… Boom! (2021) surge como uma das grandes surpresas do ano, pois, com atuações esplêndidas e músicas viciantes, o filme acerta ao trazer identificação. 

Disponível na Netflix, Tick, Tick... Boom! é a estreia de Lin-Manuel Miranda na direção, e é baseado na história real de Jonathan Larson, compositor e escritor de peças norte-americano conhecido por criar o musical Rent(1994), famoso na Broadway. Durante oito anos, teve diversas decepções escrevendo e reescrevendo as canções, partituras e roteiros dos musicais — até, finalmente, alcançar o sucesso. 

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No filme, Andrew Garfield interpreta o protagonista, quem está a poucos dias de completar 30 anos e precisa lidar com a namorada Susan (Alexandra Shipp), amor, amigos e pressão de criar algo memorável antes que o tempo acabe.

A cobrança de se tornar alguém importante antes dos 30 anos é algo real e muito bem abordado no roteiro. No universo artístico, todos querem se destacar e apresentar uma obra genial e marcante para a história. Infelizmente, poucos conseguem — mas sempre queremos acreditar que seremos os sortudos. 

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Com isso, a corrida para alcançar os sonhos se torna massacrante e angustiante na vida de Larson, e acaba o cegando sobre os aspectos bons e importantes da vida naquele momento. Mas, como ainda havia paixão na busca pelos objetivos, valia a pena persistir. 

Infelizmente, a vida não é apenas sobre escolher ou não buscar os sonhos, há diversos outros aspectos, como questões financeiras. Esse é outro debate muito bem levantado em Tick, Tick... Boom!, já que, sem dúvidas, escolher entre viver das paixões ou ganhar dinheiro é um questionamento frequente na vida dos jovens, principalmente na de Larson, quem precisa ficar em um emprego do qual não gosta, em uma lanchonete. Assim, o longa demonstra (mais uma vez) como acertou ao trazer uma identificação precisa.

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O personagem de Larson não teria o mesmo impacto no espectador senão fosse interpretado por Garfield. O ator soube transitar perfeitamente entre a leveza e o peso de ser um sonhador em plena Nova York, EUA — e ficou idêntico ao compositor. Além disso, o astro impressionou ao apresentar ótimas performances durantes os números musicais. 

Todo o elenco merece reconhecimento, principalmente Alexandra Shipp (Susan) e Robin de Jesús, intérprete de Michael. O personagem é o melhor amigo do compositor e faz parte de um arco importante do filme, o qual aborda homofobia, HIV e outras questões fundamentais para a sociedade dos anos 1990, servindo como fonte de inspiração para os musicais do artista posteriormente.  

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Em Tick, Tick... Boom!, as músicas são originalmente escritas por Larson, mas foram regravadas e, agora, interpretadas pelo elenco do filme. A narrativa alterna linhas do tempo diferentes, mas o diretor acertou ao encaixar os números musicais, fazendo com que eles entrem sutilmente na trama e deixem o ritmo da produção extremamente dinâmico.

Quem conhece a verdadeira história de Larson sabe que a jornada do compositor termina de maneira trágica. Por isso,  diretor poderia ter optado por um tom mais dramático em alguns momentos da trama — principalmente no final — para trazer um olhar mais aprofundado e sério sobre a situação. No entanto, há uma bela explicação para isso. 

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Em Tick, Tick... Boom!, a dor se transforma em arte, mas o diretor deixa claro como a intenção é celebrar alegremente o legado de Jonathan Larson e realizar uma carta de amor aos musicais. Felizmente, Miranda consegue trazer um espetáculo apaixonante para os sonhadores e mostra como, mesmo depois do fim, a arte resiste. 

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