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Postal Blue

Indie de estúdio

Adriana Alves Publicado em 01/07/2007, às 00h00 - Atualizado em 11/09/2007, às 11h33

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(Da esq. para a dir.) Francis, Adriano, André e Ismael no estúdio, local preferido do Postal Blue - Divulgação
(Da esq. para a dir.) Francis, Adriano, André e Ismael no estúdio, local preferido do Postal Blue - Divulgação

A trajetória do postal Blue é no mínimo estranha. A banda nasceu em Brasília, é formada por homens de família, parte deles com emprego público, e só fez três shows em seus dez anos de história. Apesar disso, o grupo especializado em doces melodias já tem carreira internacional: todos os seus lançamentos são estrangeiros e sua história nacional praticamente inexiste. Registrada no Brasil, só a participação na coletânea Terceira Onda (2006), lançada pelo selo Senhor F Discos. Mas como uma banda que não faz shows e tem fama de reclusa chegou a ouvidos tão distantes da Capital Federal? "Nós iniciamos os contatos através de cartas e e-mails", conta o vocalista e guitarrista Adriano Ribeiro. "Fizemos uma pesquisa pela internet para descobrir quais gravadoras poderiam ter interesse no nosso som e entramos em contato com todas."

O primeiro registro do grupo foi feito em 1999, um EP homônimo pela norte-americana Drive-In Records. Em 2001, saiu outro EP, Weather Sensitive, pela também norte-americana Shelflife Records, a mesma que lançou o primeiro álbum dos brasilienses, International Breeze (2004). O último trabalho é de 2006, o EP Road to Happiness, lançado pela canadense Humblebee Recordings. Nesse disco, eles apresentaram pela primeira vez uma música em português, "Vou Deixar pra Depois", mas o destaque do álbum é "I Took the Love You Were Hiding", que traz guitarra e gaita bem entrosadas e belo vocal.

Hoje, existem coletâneas na Holanda, Irlanda, Canadá e nos EUA com o Postal Blue na seleção. Com esse histórico, eles receberam diversos convites pra tocar fora do país, mas show, definitivamente, não é o negócio do grupo. "Priorizamos composição e gravação por uma questão prática de falta de tempo", conta Adriano, que começou a história do grupo ao lado do baterista André Costa. Eles tocavam juntos quando chamaram Ismael para assumir o baixo e formar o Southern State Tapestry, com o qual emplacaram a primeira gravação no exterior, "Fader", na coletânea A Fist Full of Freebird (1998). O nome da banda mudou para Postal Blue e Francis, o guitarrista, completou o time.

Os músicos começam a arquitetar planos para 2008: mais composições, lançamentos e, quem sabe, shows. Para André, a relação distante com os palcos poderia ser diferente se a banda tivesse nascido hoje em dia. "Quando começamos, era difícil conseguir locais com um mínimo de infra-estrutura pra tocar. Hoje, os festivais e os bares conseguem isso com mais facilidade", conta o baterista, e sintetiza sua relação com a música: "Conciliar banda, família e trabalho é extremamente difícil. Tem que ter paixão pela música. Eu, particularmente, não sonho viver de música, mas viver com ela".