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Rockassetes

Roqueiros de Sergipe fazem música pra liberar hormônios

Adriana Alves Publicado em 08/11/2007, às 16h44 - Atualizado em 21/12/2007, às 17h58

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Rock direto e reto, letras que falam de garotas, amor e sogras e influências confessas da Jovem Guarda são elementos que formam a mistura sonora do Rockassetes. Desde o ano 2000 em atividade e hoje morando em São Paulo, a banda de Aracaju (SE) soma ao ritmo eternizado por Roberto Carlos uma pitada de pop e guitarras que remetem ao indie rock de nomes como Pavement e Weezer. Ao vivo, a salada soa ainda melhor. "Os shows têm sido cada vez melhores, o público é cada vez mais caloroso. Amadurecemos muito desde nossa mudança à capital paulista e todas as conseqüências disso, como viagens, mais shows, festivais Brasil afora", conta o baterista Leo Mattos.

"Somos uma banda mais madura tanto musicalmente quanto poeticamente." Talvez a resposta para a boa recepção aos shows da banda formada por Leo, Bruno Mattos (voz e guitarra), João Melo (baixo) e Rafael Costello (guitarra) esteja no fato de que o grupo praticamente nasceu tocando ao vivo. "Éramos guris, o mais velho tinha 18 e o mais novo 14 anos quando ganhamos o Festival Estudantil Novo Canto 2000, que envolveu estudantes de todo 0 Sergipe", conta Bruno. "Um número grande de compositores participou, jamais imaginávamos ganhar. Foi um puta estímulo pra começarmos o caminho que nos trouxe até aqui."

Depois do sucesso estudantil, o Rockassetes passou a chamar a atenção de fãs e da imprensa local. Uma demo foi lançada em 2003 e, no ano seguinte, um EP (Sistema Nervoso). A agenda ficou mais cheia, até que, em 2005, os quatro se mudaram para São Paulo. "A cena de Aracaju é bem diversificada, tem bandas muito boas e de diferentes estilos. O grande problema é que a cena não se sustenta, é a falta de mercado, falta de uma fomentação da cultura musical no intuito de valorizar as bandas de trabalho autoral", teoriza Leo, justificando a mudança geográfica. "Estamos passando por uma fase muito modificadora, percebendo as coisas de uma nova maneira, e isso acaba refletindo no trabalho", completa Bruno.

De simples digestão, o som do Rockassetes também é facilmente definido: "Nosso repertório baila entre o bom e velho rock'n'roll, seco, distorcido, sujo, e canções bem elaboradas e arranjadas, com harmonias vocais e melodias pegajosas", diz Leo. O sucesso recente da faixa "As Flechas" deu mais impulso ao quarteto, que prepara para o final de novembro o lançamento do primeiro disco, sem nome definido até o fechamento desta edição. "Estamos mais densos como compositores. O disco traz uma evolução natural em relação aos trabalhos anteriores, nos arranjos, na execução, na concepção. Digamos que estávamos ensaiando para o primeiro disco", conta Bruno, que é o principal compositor do grupo e assina 13 das 14 faixas do álbum. "Nossos temas variam entre metáforas de pipas, tênis vermelhos e o insubstituível sentimento de paixão. O Rockassetes é trilha sonora para liberar hormônios", define.