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Dead Fish

Redação Publicado em 10/02/2009, às 13h10

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Luringa/Divulgação
Luringa/Divulgação

Dead Fish

Contra Todos

DeckDisc

Discretos e Honestos

Ícone do hardcore nacional mantém a coerência intacta no oitavo CD

A fronteira entre o indie e o mainstream é uma pas-sarela cheia de armadilhas. Quem a atravessa presencia um mercado de ofertas em que vender a alma sonora ao diabo é só a maior das propostas. O Dead Fish foi do primeiro para o outro lado e manteve a honestidade blindada. Neste oitavo álbum de estúdio, gravado no Rio de Janeiro, a sinceridade musical da banda capixaba continua intacta. Não é por estar há cinco anos em uma gravadora de porte que essa trupe, uma das mais importantes e influentes do hardcore nacional, cede ao comercialismo. E senta a porrada no som para falar o que pensa a respeito de assuntos diversos. Como em “A Dialética”, cuja letra ironiza os que financiam os que mentem, ou “Descartáveis”, em que grita que “a humanidade é um produto sempre atrás de bonificações”. Várias vezes o grupo capricha também na punkadaria dos arranjos. É o caso de “Subprodutos” e “Asfalto”, que trazem ritmo acelerado e riffs certeiros na medida. Mas, apesar do bom resultado, falta ao disco algo que deixe o ouvinte realmente sem respiração. Há canções bacanas, para o gênero, mas nenhuma que entre para o top 5 das melhores que o DF já fez. O Dead Fish poderia usar as possibilidades do mainstream para ousar, nem que fosse só um pouco, em arranjos e/ou melodia.

José Norberto Flesch