Rolling Stone
Busca
Facebook Rolling StoneTwitter Rolling StoneInstagram Rolling StoneSpotify Rolling StoneYoutube Rolling StoneTiktok Rolling Stone

Acervo Pessoal

Por <b>Paulo Cavalcanti</b> Publicado em 12/12/2008, às 15h21

WhatsAppFacebookTwitterFlipboardGmail

Scott canta standards

Nascido nos Estados Unidos, Scott Walker (nome de batismo: Engel), ganhou fama ao fazer parte do trio Walker Brothers, formado por John Maus e Gary Leed. Apesar de todos os integrantes serem americanos, eles fizeram parte da chamada Invasão Britânica, obtendo êxito com baladas orquestradas. Scott partiu para a carreira solo em 1967 e lançou uma série de álbuns influentes, que são alvo de culto até hoje. Mas alguns deles permanecem fora de catálogo, por imposição do artista. É o caso de Scott Walker Sings Songs from his TV Series (1969). O vocalista comandou um programa na TV inglesa por uma temporada. Além de músicas de seus álbuns normais, ele também cantava alguns standards, canções como "The Look of Love", "The Impossible Dream", "Lost in the Stars" etc. O álbum era uma espécie de "trilha sonora" da série e vendeu bem. Mas Scott nunca gostou dele e barra sua reedição.

Incursão cinematográfica

Depois do fracasso de vendas de Scott 4, constituído apenas de composições próprias, a gravadora Philips exigiu que Scott Walker interpretasse canções de outros artistas. Assim surgiu The Moviegoer, de 1972. Como o nome sugere, Scott revive vários temas de filmes que tinham sido exibidos naquele período. O crooner, como sempre, cantou tudo de forma impecável, mas o disco foi criticado por não conter nada muito ousado ou diferente. Scott vai no repertório consagrado. Exemplos: "Speak Softly" (de Nino Rota), tema de O Poderoso Chefão, "The Summer Knows" (Michel Legrand), de Houve Uma Vez Um Verão, "The Ballad of Sacco and Vanzetti" (Joan Baez e Ennio Morricone), de Sacco e Vanzetti e outras. Cópias em bom estado não são fáceis de achar.

De Bacharach a Caetano

Em 1973, Scott Walker e a gravadora Philips já não estavam se entendendo e o contrato do artista foi cumprido com Any Day Now. Como vinha acontecendo, o trabalho não trazia nenhuma composição do próprio Scott. A faixa-título é a célebre composição de Burt Bacharach, gravada por Chuck Jackson, Elvis Presley e outros. Mas o que mais chama atenção no LP é a versão de Scott para "Maria Bethania", sim, aquela do Caetano Veloso. Scott e Caetano nunca se encontraram, mas eles dividiam a mesma gravadora. Os executivos da Philips mostraram a música a Scott, que a considerou atraente o suficiente para registrá-la. "Cowboy" (Randy Newman), "Do I Love You" (Paul Anka) e "If" (David Gates) também ganham destaque. Any Day Now é outro vinil bastante valorizado no mercado de usados.