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A elite 2.0 da internet

Veja quem são as cabeças por trás de sites como YouTube, Firefox e Bittorrent

David Kushner Publicado em 15/08/2007, às 12h01 - Atualizado em 28/08/2007, às 15h53

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Steve Chen, 28 anos

YouTube, o portal viral que tem 100 milhões de vídeos carre-gados por dia. Educado em uma escola de ensino médio, voltada para nerds, em Chicago. Essa experiência foi como uma "injeção de combustível", diz. Enquanto o resto do mundo dormia, Chen passava seu tempo com codificadores do mundo todo que pensavam como ele. "Ver tantos garotos fazendo a mesma coisa abriu meus olhos." Ele se juntou às fileiras dos prodígios e se mudou para o Vale do Silício em 1999. O YouTube vai acabar com as mídias antigas? "O YouTube jamais vai fazer com que as pessoas parem de ir ao cinema ou deixem de assistir a uma banda ao vivo."

Chad Hurley, 29 anos

YouTube, recém-comprado pelo Google (por US$ 1,65 bilhão). Artista de fala mansa dos subúrbios da Pensilvânia, Hurley desenvolveu suas habilidades para o design em um computador Apple II primitivo quando ainda estava no primário. Boa parte da explosão do YouTube se deve ao design simples de Hurley. Ele acreditava que os excessos estavam criando páginas com design complicado demais que só servia para fazer as pessoas passarem horas esperando os sites carregarem. "[Eu quis] deixar de lado todos os enfeites e barulhos", explica. Seus programas de tv preferidos são Lost, 24 Horas e America's Funniest Home Vídeos.

Todd Masonis, 26 anos

Plaxo, a caderneta de endereços que hoje é usada por cerca de 15 milhões de pessoas. Masonis saiu de West Hartford (Connecticut) para estudar ciências da computação na Universidade de Stanford. A concorrência entre os alunos era acirrada. "Nós todos tínhamos ouvido falar dos inventores do Yahoo e do Google. Todo mundo tinha obsessão pela idéia de fundar a própria empresa." Antes de ter 50 empregados, Masonis vivia na miséria. "Tinha saído da faculdade e estava sem dinheiro. Revirava as almofadas em busca de moedas." O Plaxo já recebeu US$ 25 milhões em investimentos e as cifras não param de crescer.

Matt Sanchez, 25 anos

VideoEgg, software que permite carregar vídeos com muita rapidez. Sanchez cresceu em uma fazenda em Pendleton, no Oregon. Depois de estudar na Universidade de Yale, lançou o VideoEgg com dois colegas em 2005. Mas, apesar de já ter atraído milhões de dólares em investimentos, ele não descansa sobre os louros. Sanchez ainda tem muitos empréstimos estudantis para pagar. "Se esta coisa toda for por água abaixo amanhã, vou ficar bem mal", avisa. Ele joga futebol, golfe e pratica snowboard. Até agora, o VideoEgg recebeu US$ 16 milhões de investidores de risco.

Blake Ross, 21 anos

Firefox, navegador alternativo e gratuito (a versão 2.0 já foi lançada). Ross foi criado em Miami e se destacou em relação às outras crianças - não só por suas habilidades na codificação, mas também por seu gosto absolutamente imaculado. Seu videogame preferido é Mario Kart; nos quadrinhos, prefere Archie a Sin City. Conselho a Bill Gates: "Já ultrapassamos a fase em que as empresas enchiam a imprensa de palavras de efeito e desprezavam os consumidores." Perspectivas de venda: Zero. Como o Firefox é um projeto de open source [código aberto], Ross não é proprietário do produto. Mas ele ganhou dinheiro ao escrever o livro Firefox for Dummies.

Seth Sternberg, 27 anos

Meebo, serviço com mais de 60 milhões de mensagens instantâneas por dia. Em West Hartford, no estado do Connecticut, Sternberg era um aluno de internato particular e queria ser diplomata. Mas ele resolveu fazer um site, uma coisa mais animada. "É muito mais divertido do que política", argumenta. Sternberg foge da rotina no ar: ele tem brevê e está guardando dinheiro para comprar um avião Cirrus SR22. Já recebeu US$ 3,5 milhões em financiamentos. Como um de seus principais investidores é Marc Andreessen, do Netscape, os sábios do Vale do Silício o observam bem de perto.

Rob Pazornik, 26 anos

Licketyship, serviço de compra online que entrega o produto em até quatro horas. Aluno da Universidade de Yale vindo de Orange County (Califórnia), Pazornik transformou-se no "Inimigo Público Número Um" do campus quando lançou um site para a avaliação dos professores. "Recebi algumas visitas do departamento que cuida de assuntos relativos aos alunos." O que compraria com um bilhão de dólares? "Uma caixa-forte para poder mergulhar em moedas como o Tio Patinhas". Pazornik já arrecadou US$ 750 mil em financiamentos (seu site atualmente está sendo testado na Califórnia). Ele está aberto a propostas.

Roelof Botha, 33 anos

Sequoia Capital, a cia. de investimento mais agressiva do Vale do Silício. Botha tem talento nato para detectar magnatas emergentes. Nascido e criado na África do Sul, ele foi fazer seu MBA na Universidade de Stanford e acabou indo parar no PayPal no final de 1999. Quando tinha apenas 27 anos, tornou-se executivo-chefe de finanças e trabalhou na venda do PayPal para o eBay. O destino vai mais longe: fez amizade com dois jovens prodígios do PayPal, Chad Hurley e Steve Chen, que posteriormente co-fundariam o YouTube, o site de vídeos viral e onipresente. O que botha pensa sobre estes líderes? "Eles não estão fazendo isso para ganhar uma grana rápida", diz. "Estão tentando montar um negócio de verdade."

Bram Cohen, 31 anos

Bittorrent, um dos primeiros sites de compartilhamento de arquivos. Este punk rocker de Nova York, casado e pai de três filhos, sofre de uma forma atenuada de autismo chamada Síndrome de Asperger - algo que dificulta as interações sociais. Como resultado, Cohen mergulhou em videogames e problemas de lógica: a casa dele é cheia de brinquedinhos de plástico daquele tipo que exige muita habilidade para resolver - este é seu passatempo preferido. Ele consegue montar um cubo mágico em menos de dois minutos. O BitTorrent ainda está enterrado em uma montanha de questões de violação a direitos autorais, então é bem provável que nenhum acordo de US$ 1,65 bilhão esteja em vista.