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Os donos do poder

A prestação de contas pós-eleições revela quem investe e manda em Brasília - e no Brasil

Gustavo Krieger Publicado em 16/08/2007, às 12h05 - Atualizado em 30/08/2007, às 19h39

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Nos três meses da campanha eleitoral de 2006, os políticos despejaram uma montanha de dinheiro sobre o país. Gastaram mais de R$ 1,5 bilhão. O dinheiro, claro, não saiu do bolso deles. Veio de quem tem interesses na política ou negócios com o governo. A leitura atenta das prestações de contas entregues pelos candidatos à justiça eleitoral permite traçar um mapa dos verdadeiros donos do poder. Revela que alguns grandes empresários controlam bancadas maiores que as de muitos partidos. Como bons investidores, escolhem com cuidado os políticos nos quais aplicam seu dinheiro. O principal atrativo é o poder. Quem está no governo, arrecada mais. Quem tem chances de vencer, também. Não importa a ideologia. Os documentos da justiça eleitoral mostram que os magnatas não têm o menor preconceito. Financiam sindicalistas, comunistas, fazendeiros, empresários, desde que eles ocupem posições privilegiadas.

A quinta maior bancada da Câmara dos Deputados é a da CVRD. A sigla não identifica nenhum partido político, mas a Companhia Vale do Rio Doce. A mineradora financiou a eleição de 46 deputados federais. Mais do que o PP, PSB, PTB, PL e outros 13 partidos. A representação da Vale no Congresso é maior que a do estado do Rio de Janeiro.

O grupo empresarial comandado pela Vale do Rio Doce investiu nada menos que R$ 25,7 milhões em doações a candidatos. Pouco dinheiro diante do lucro de R$ 4,6 bilhões registrado pela empresa apenas no terceiro trimestre de 2006, mas o suficiente para colocá-la em primeiríssimo lugar no ranking dos financiadores de políticos brasileiros.

Mas se qualquer brasileiro procurar pelo nome "Vale" na lista de financiadores disponíveis no site do Tribunal Superior Eleitoral, não vai encontrar nada.

A companhia preferiu fazer suas doações por meio de três subsidiárias, de nomes bem menos conhecidos: as mineradoras Caemi, Urucum e MBR. Em política, discrição é uma qualidade muito valorizada, especialmente quando se trata de dinheiro. Na hora de escolher seus candidatos, a Vale mostra uma forte vocação governista. Dos 46 deputados que ajudou a eleger, 32 fazem parte da base de apoio do presidente Lula no Congresso. Só do PT são 16. Mas como não é bom investir apenas em um setor do mercado, a empresa ajudou a colocar no Congresso 14 deputados de oposição.

O mesmo balanço cuidadoso foi seguido na eleição presidencial. O grupo da Vale deu R$ 3,2 milhões à campanha do tucano Geraldo Alckmin e R$ 4,3 milhões para a campanha de Lula. É como marcar triplo em um jogo da loteria esportiva. Tanto fazia quem fosse o novo presidente, a Vale sairia vencedora.

Alguém se lembra do discurso duro feito pelo presidente Lula no segundo turno da campanha eleitoral contra as privatizações feitas pelos tucanos? Ironicamente, seu maior financiador de campanha foi a Vale, privatizada em 1997 no governo Fernando Henrique. Se continuasse estatal, a empresa estaria proibida por lei de distribuir mimos aos políticos.

Em 2002, as doações eleitorais da empresa totalizaram R$ 590 mil. Quatro anos depois, foi de R$ 25,7 milhões, um impressionante aumento de 4.255%.

Quando questionada, a empresa limita-se a dizer que acredita no fortalecimento do processo democrático. Pode ser, mas a Vale tem também interesses bem específicos a defender no governo. Nos últimos anos, a companhia realizou uma série de aquisições que a elevaram ao posto de segunda maior mineradora do mundo. O problema é que esses negócios precisam ser aprovados pelos órgãos de defesa de mercado do governo. São processos longos e complicados, nos quais a Vale precisa provar que não está monopolizando o mercado, nem estabelecendo uma competição desleal com os concorrentes. São processos julgados por funcionários públicos nomeados pelo governo. O mesmo governo que teve a Vale como financiadora. As doações são legais, mas podem criar um desequilíbrio nas relações entre os financiadores e o poder.

O Congresso também é uma área de risco. Na legislatura passada, a mineradora identificou o surgimento de uma "bancada anti-Vale", formada por parlamentares ligados às suas concorrentes. Esses parlamentares promoveram uma verdadeira ofensiva. Apresentaram projetos contra os interesses da companhia, convocaram seus diretores para prestar depoimentos nas comissões da Câmara e fizeram vários pedidos de investigações sobre contratos e operações da empresa. A partir de janeiro, com a posse dos novos deputados, a Vale contará com sua própria bancada.

O empresário Jorge Gerdau é um homem com passagem livre em todos os gabinetes de Brasília. No Palácio do Planalto, tornou-se um dos conselheiros do presidente Lula que adoraria tê-lo como um de seus ministros. No Congresso, é tratado com reverência tanto pelos parlamentares governistas quanto pelos de oposição. Tudo muito justo. Afinal, Gerdau é um dos empresários de maior sucesso do país. Ergueu o quinto maior conglomerado brasileiro. De janeiro a setembro de 2006, registrou o lucro astronômico de R$ 2,7 bilhões.

Gerdau também é um pequeno partido. Neste ano, investiu R$ 16,5 milhões em doações eleitorais. Ajudou a eleger 27 deputados federais. No Rio Grande do Sul, onde está sua base empresarial, contribuiu com as campanhas de 10 dos 30 deputados eleitos. É a maior força política gaúcha.

O empresário também foi conservador e fugiu dos riscos na hora de dividir seus investimentos na eleição presidencial. Colocou R$ 3,1 milhões nos cofres e na campanha de Lula e R$ 3 milhões nos de Alckmin. Com isso, garantiu a condição de quinto maior financiador de campanha do presidente e terceiro do tucano. Semeou gratidão.

Depois de eleito, Lula revelou em várias conversas reservadas a intenção de chamar Gerdau para o ministério. Os dois conversaram sobre a possibilidade de ele assumir a pasta do Desenvolvimento. Nela, Gerdau teria controle sobre os investimentos do BNDES, o Banco de Desenvolvimento Econômico e Social. A operação esbarrou em um gigantesco conflito de interesses. As empresas do grupo Gerdau têm 11 empréstimos do BNDES, totalizando a bagatela de R$ 1,7 bilhão. A imprensa revelou as relações perigosas e o magnata divulgou uma nota oficial na qual disse não estar à procura de emprego público. Pouco depois, teve nova conversa privada com o presidente. Os dois concordaram em arquivar a idéia do ministério. Gerdau ofereceu-se para ser um "conselheiro informal do presidente". Quem conhece Brasília, sabe que há poucas funções mais prestigiadas que essa. Talvez, apenas, a de financiador.

Quando assumiu o comando do caixa da campanha do presidente Lula à reeleição, o tesoureiro José de Filippi trazia apenas a experiência das disputas pela prefeitura de Diadema. Talvez por isso tentou um método equivocado de arrecadação de recursos. Contratou uma empresa de telemarketing, que disparou 60 mil telefonemas a empresários de todo o país.

As operadoras, com o abuso de gerúndios típicos da profissão, mal conseguiram passar das secretárias. Apenas 5,8 mil empresários aceitaram conversar. Desses, 3,5 mil recusaram educadamente. Os outros nem responderam. A campanha ainda enviou oito mil e-mails pedindo dinheiro. O índice de respostas foi desprezível.

Com o tempo, e o auxílio de colegas mais experientes, Filippi descobriria o caminho. Quem dá dinheiro para campanhas eleitorais é um pequeno grupo de empresários. Neste ano, os dez maiores doadores despejaram nada menos que R$ 114 milhões. Em comum, duas características. Pertencem a setores que dependem de decisões do governo e escolhem os candidatos vencedores com o mesmo cuidado com que decidem em que ações investirão no mercado.

A campanha de Lula declarou gastos de R$ 104 milhões. Desse dinheiro, R$ 40 milhões vieram de 16 doadores. Na campanha de Alckmin, os 16 principais financiadores contribuíram com R$ 22,7 milhões. Na entrevista em que anunciou a prestação de contas da campanha do PT, José de Filippi contou orgulhoso que "as doações feitas por pessoas físicas representaram uma arrecadação de R$ 3,5 milhões". Os jornalistas presentes imaginaram que fosse um símbolo da recuperação da militância petista, aquela que durante anos sustentou as campanhas do partido comprando broches de estrelinha, camisetas e adesivos. Quando a justiça eleitoral divulgou a relação de doadores na internet, deu para ver que não era bem isso. Dos R$ 3,5 milhões doados por pessoas físicas a Lula, R$ 1 milhão veio do empresário Alexandre Grendene, dono da fábrica de calçados no Rio Grande do Sul que leva seu sobrenome. O irmão dele, Pedro Grendene, deu mais R$ 1 milhão. Outro milhão veio do empresário Eike Batista, do setor de mineração. Sobraram pouco mais de três mil militantes petistas. Juntos, eles arrumaram R$ 500 mil para a reeleição de Lula. A média foi de R$ 166 por cabeça. Não há como não lembrar de George Orwell. A Constituição diz que todos os brasileiros são iguais. Mas na hora de financiar campanhas eleitorais, alguns brasileiros são mais iguais que os outros.

No dia 29 de outubro, quando o presidente Lula foi reeleito, a festa da vitória escondia um problema gigantesco. As contas de campanha tinham um rombo enorme, de R$ 26 milhões. O presidente gastou R$ 104,3 milhões entre o primeiro e o segundo turno, mas a arrecadação tinha ficado abaixo de R$ 78 milhões. Se não tapasse o buraco, Lula teria as contas reprovadas pela justiça eleitoral e não poderia tomar posse. Mesmo com as urnas fechadas, os cofres de campanha continuaram abertos. E dessa vez, turbinados pela perspectiva de mais quatro anos de poder. Os arrecadadores de Lula voltaram às empresas e encontraram boa vontade. Muita, na verdade. Em um mês, conseguiram juntar mais R$ 16 milhões. Desse total, nada menos de R$ 14,3 milhões vieram de empresas que têm contratos com o governo.

Mais uma vez, é preciso dizer que essas doações são legais. Fornecedores do governo podem financiar campanhas e a lei eleitoral permite que os comitês financeiros continuem a arrecadar até um mês depois das eleições. Mas é de se perguntar: como um governo vai se impor na hora de negociar com seus fornecedores depois de correr para eles pedindo ajuda de emergência para fechar o caixa de campanha quebrado?

O grupo Unigel, que doou R$ 2 milhões, tem contratos com a Petrobras. Outros R$ 2 milhões vieram da empreiteira Camargo Corrêa. Antes, a construtora já tinha doado R$ 1,5 milhão.

O último dia para receber doações foi 24 de novembro. Nesta data, entraram nada menos que R$ 7 milhões no caixa de campanha do PT. Todo o dinheiro veio de fornecedores do governo. A FSTP Brasil Ltda. fez dois depósitos, de R$ 1 milhão cada. Pouca gente ouviu falar nessa empresa, mas ela representa o consórcio contratado pela Petrobras para construir a plataforma P-52. É um negócio de US$ 780 milhões, apenas em financiamentos do BNDES.

A Petrobras é uma estrela na campanha de Lula. A UTC Engenharia doou R$ 1,2 milhões à campanha de Lula. Desse valor, R$ 500 mil foram doados em 17 de novembro, quase três semanas depois da eleição. A UTC é fornecedora da estatal e seu presidente, Ricardo Ribeiro Pessoa, também dirige a Abemi, uma entidade de empreiteiras que firmou um contrato de R$ 228 milhões sem licitação com a empresa, para treinamento de trabalhadores. Ainda na lista de fornecedores da Petrobras, a Carioca Engenharia deu R$ 250 mil após o encerramento da campanha. Antes, já tinha doado outros R$ 750 mil. A empreiteira Azevedo Travassos Engenharia, especializada no fornecimento de dutos para a estatal, deu R$ 500 mil no dia 23 de novembro.

O rombo nas contas aconteceu porque Lula e o PT nunca levaram a sério a possibilidade de a eleição ir para segundo turno. Gastaram todo o dinheiro arrecadado e mais alguma coisa no primeiro turno. Quando veio o escândalo do envolvimento de petistas na compra de um dossiê contra tucanos e o presidente teve de disputar a última etapa da eleição, não havia dinheiro em caixa. E as verbas só voltaram a entrar quando ficou claro que o presidente tinha se recuperado e venceria as eleições. Apesar disso, a campanha seguiu no mesmo ritmo, acumulando dívidas para ser pagas depois da votação.

O tucano Geraldo Alckmin, adversário de Lula, também terminou a campanha endividado. No caso dele, todo o dinheiro foi gasto no esforço para chegar ao segundo turno. Havia uma expectativa de arrecadar muito na etapa decisiva da campanha, mas o tucano foi abatido pelas pesquisas que mostraram larga vantagem para Lula no segundo turno. Pragmáticos, os doadores não quiseram investir em um candidato sem chances.

O movimento de arrecadação feito depois da eleição pelas campanhas de Lula e Alckmin mostra que a principal característica buscada pelos investidores em política é mesmo o poder. Ninguém duvida de que o tucano despertava mais simpatia entre os empresários durante a campanha. Depois de derrotado, foi esquecido. Enquanto a campanha de Lula juntou R$ 16 milhões em novembro, Alckmin mal conseguiu arrecadar R$ 500 mil.

Quando o PT entregou sua prestação de contas à justiça, ainda restavam R$ 9,8 milhões em dívidas, mas isso não tirou o sono do presidente e seus assessores. O PT assumiu os débitos, com o compromisso de quitar tudo até 31 de dezembro. Segundo o presidente do PT, Marco Aurélio Garcia, o dinheiro viria de novas doações de empresas. "Alguns doadores não puderam dar o dinheiro até hoje, mas já se comprometeram a fazer os repasses até o final do ano."

Poucos estados brasileiros registraram mais escândalos políticos nos últimos anos que Roraima. Primeiro foi o caso dos "gafanhotos". Quase cinco mil funcionários fantasmas recebiam salários do estado. Depois, o governador Flamarion Portela foi cassado. Nessa campanha, o presidente da Assembléia Legislativa foi denunciado pelo Ministério Público por tentativa de compra de votos. A campanha, aliás, foi marcada por fortes acusações de corrupção de um candidato contra outro. Mesmo assim, a demanda por uma vaga de político em Roraima é alta. O estado teve o voto mais caro do país. Cada um dos 190 mil votos válidos para deputado federal custou R$ 11,26, considerando o total de doações registradas no Tribunal Superior Eleitoral: R$ 2,1 milhões.

Os 178 mil votos para senador saíram ainda mais caros: R$ 5,9 milhões, ou R$ 33,2 a unidade. Nesse caso, quem inflacionou o mercado foi o empresário José João Abdala, suplente da candidata Teresa Jucá (PPS). Ele entrou com R$ 5,1 milhões do total arrecadado pela candidata, que foi prefeita de Boa Vista: R$ 5,5 milhões. Era um acordo. Se Teresa Jucá fosse eleita senadora agora, concorreria ao governo em 2010. Abdala ganharia quatro anos no Senado sem ter de conquistar um único voto. Seria um ótimo negócio, mas Teresa não foi eleita.

Entre os sete estados com votos mais caros para deputado federal, quatro são do Centro-Oeste. Goiás ficou em segundo lugar, com R$ 7,90 o voto. O Distrito Federal aparece em terceiro lugar, muito próximo do vizinho Goiás. Na busca de 1,3 milhão de votos para a Câmara dos Deputados, foram gastos R$ 10,3 milhões.

Os candidatos a deputado federal em São Paulo gastaram R$ 99 milhões para disputar 20,7 milhões de votos. O estado ficou na décima posição no ranking, com o custo de R$ 4,79 por voto. Logo atrás veio Minas, com o custo de R$ 4,18.

Os 513 deputados eleitos em 2006 declararam à justiça eleitoral gastos entre R$ 5 mil e R$ 2,9 milhões. No total, os vencedores gastaram R$ 250 milhões.

O custo médio da campanha ficou em R$ 507,8 mil por cabeça. Como o salário de um deputado é de R$ 12 mil, cada um deles teria de trabalhar 42 meses apenas para recuperar o investimento. Para a sorte da maioria dos políticos, quem banca a conta não são eles.

Nada menos que 59 deputados declaram ter gasto mais de R$ 1 milhão para se eleger. Quatro anos antes, só cinco parlamentares admitiram ter passado dessa conta. A campanha mais cara do país foi do empresário paranaense Alfredo Kaefer, eleito pelo PSDB. Ele gastou R$ 2,9 milhões para conquistar 158 mil votos. Outro empresário paranaense, Rocha Loures, é o segundo da lista. Gastou R$ 46 mil a menos que Kaefer. Como teve só 89 mil votos, Loures ganhou o duvidoso título de deputado com o voto mais caro do país. Empenhou R$ 32 para cada eleitor que apertou o número dele na urna eletrônica. Dono da Nutrimental S. A., empresa que fabrica as barrinhas de cereais Nutry, Loures declarou ter doado R$ 1,1 milhão para a própria campanha.

É sempre bom duvidar quando políticos dizem que gastaram pouco para se eleger. Mas, se os dados informados à justiça eleitoral são verdadeiros, para alguns parlamentares o voto foi uma verdadeira pechincha.

A campanha mais barata do Brasil teria sido de um político desconhecido no cenário nacional. Marcos Antônio, do PSC do Ceará, diz que gastou só R$ 5,7 mil para conquistar 62 mil votos. Jura que tirou todo o dinheiro do próprio bolso. É ver para crer.

Outros nomes mais conhecidos fizeram campanhas em que o voto não custou mais que centavos. Enéas, aquele do Prona, que tirou a barba mas continua invadindo aos gritos o horário eleitoral na televisão, declarou ter gasto R$ 6 mil para conquistar 386 mil votos. O apresentador Clodovil Hernandes, que teve 493 mil votos, jura que só gastou R$ 14 mil em toda a campanha. Os dois candidatos têm em comum o fato de terem feito campanha apenas usando os programas gratuitos na TV. Não fizeram comício nem distribuíram material de propaganda.

Aldo Rebelo é um comunista. Segue à risca a linha de seu partido, o PCdoB. Sua carreira política começou na militância da União Nacional dos Estudantes. Mas Aldo também é o presidente de uma das casas do Congresso e interlocutor privilegiado do presidente da República. Esses atrativos foram suficientes para transformar grandes conglomerados em financiadores do comunismo tupiniquim. O deputado gastou R$ 1,4 na campanha de reeleição. Desse dinheiro, R$ 250 mil vieram da empreiteira Camargo Corrêa e outros R$ 100 mil, da siderúrgica CSN. Da lista de financiadores fazem parte ainda uma usina de álcool, uma empresa de petróleo, duas construtoras e a Bolsa de Mercadorias e Futuros de São Paulo.

O presidente da Câmara dos Deputados é um exemplo da falta de preconceito dos empresários brasileiros na hora de financiar quem está próximo do poder.

Gustavo Krieger assinou o especial sobre política na edição 2 da Rolling Stone (novembro 2006).