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A Voz do Maestro

Com 50 anos de carreira, Burt Bacharach quer trabalhar mais

Por Paulo Cavalcanti Publicado em 15/06/2009, às 17h54

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O compositor, maestro, pianista e produtor Burt Bacharach é uma daquelas personalidades de cujo título "lenda viva" não é exagero. Aos 81 anos, ele ainda se encontra em plena atividade e, em abril, esteve novamente no Brasil para uma série de apresentações. Essa foi sua quarta passagem por aqui. Em seus mais de 50 anos de carreira, Bacharach criou incontáveis clássicos da música popular americana, como "Walk on by", "Raindrops Keep Falling on My Head", "I Say a Little Prayer", e muitos outros. De tempos em tempos, sua música e figura são redescobertas pelas novas gerações. Aqui, ele fala obre parceiros, o atual estado da música pop e seu status como ícone cool.

Sua ligação com o Brasil vem de longa data, não?>/b>

Eu estive aqui pela primeira vez há exatos 50 anos, acompanhando a Marlene Dietrich. Tocamos no Rio de Janeiro, justamente no auge da bossa nova. Quando falo que adoro a música brasileira, todos sabem que não é retórica. É só ouvir minha música para ver que existe muita bossa e baião no meio.

Seu último disco de estúdio foi At This Time (2005). O que significou em sua carreira?

At This Time foi um trabalho importante em minha discografia. Eu escrevi todas as letras, foi a primeira vez que fiz isso. Senti a necessidade para me expressar como andava o momento político de meu país. Para mim foi um sucesso, acho que ninguém esperava algo daquele nível.

E quais são seus novos projetos discográficos?

Eu acabei de lançar um disco ao vivo gravado na Austrália que é basicamente este show que estamos apresentando, uma retrospectiva de tudo o que fiz na minha carreira. Mas neste ano já entro em estúdio na Inglaterra, com um disco de inéditas. A Duffy vai participar, ela é sem dúvida uma das grandes vozes que surgiram nos últimos tempos.

Você falou que admira a Duffy, mas no geral não parece gostar da música atual. É isso mesmo?

Eu pergunto: onde estão Backstreet Boys, 'N Sync...? O que eles deixaram? O que fizeram? Coisas descartáveis. É um mundo diferente. Não surgiu mais ninguém do gabarito de uma Gladys Knight ou Aretha Franklin, só para citar algumas. E também não existem canções boas. No geral, o pop comercial está num beco sem saída.

Você já entrou em listas de várias revistas como um dos homens mais sexy e cool do mundo. Você se incomoda com isso?

Não particularmente, só acho estranho. Mas imagem é uma coisa, música é outra. Mas, no meu caso, talvez exista essa associação com a sofisticação dos anos 60, um estilo de vida que muitas pessoas ainda idealizam e achavam que era "cool".