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Samba Indie

QINHO: das rodas improvisadas nas esquinas do Rio de Janeiro para o Google

Por Adilson Pereira Publicado em 12/05/2009, às 11h40

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Tudo começou quando Marcus Coutinho, o Qinho, tinha 19 anos: um amigo fazia temporada em uma casa noturna carioca e sempre o chamava para participações. O fato evoluiu para uma roda de samba, e logo ele se tornou o DJ que abria a noite. "Os caras me davam uma cartela de consumação de 40 contos e eu tocava a noite toda", diz. Hoje, aos 26 anos, líder do Vulgo Qinho E Os Cara, Qinho também pode dizer que é um pouco do samba porque, depois das canjas no Leblon, vieram os shows de rua.

A ideia de tocar em vias urbanas cresceu, até um dia em que Qinho resolveu trabalhar para que isso acontecesse: "Fui de boteco em boteco, explicando. Estudamos as esquinas e consegui 14 pontos de luz: usava cada tomada durante uma hora. Chamou-se 'Dia da Rua'", ele lembra, que diz ter saído "diferente" de toda a movimentação.

A Lapa, ainda em fase de revitalização na época, também estava nos planos de Qinho. Ele batia ponto no Democráticos, clube da região que dedicava seus palcos ao samba de raiz. Só que marcar presença naquele ambiente não o impedia de dedicar parte de suas apresentações ao repertório de Jorge Ben (Jor). Qinho atuava em várias frentes - só não tinha muita paciência para estudar violão. Até arranjou um professor, mas não se aprofundou. Em vez disso, investiu em aulas de canto. Juntando isso com a vontade de compor, sentiu que havia chegado a hora de se lançar. "Não queria mais defender repertório dos outros", conta. "Queria me defender. Defender minhas palavras."

Hoje, ao digitar o nome "Qinho" no Google, surgem 8 mil incidências. Há pouco tempo, o número não passava de 100. "Tenho 15 mil acessos na minha página pessoal, com 18 mil plays. Isso significa que as pessoas ouvem mais do que acessam. Hoje, isso é arma." Talvez a coisa mude, agora que a banda já está completando cinco anos e prepara um novo disco, o segundo de Vulgo Qinho E Os Cara (o primeiro saiu no fim de 2007). "Quero me inserir no mercado. Mas não vou lá pedir para entrar. Eu não sou filho de ninguém. Minha arma é minha produção, minha energia."