Rolling Stone
Busca
Facebook Rolling StoneTwitter Rolling StoneInstagram Rolling StoneSpotify Rolling StoneYoutube Rolling StoneTiktok Rolling Stone

Redescobrindo as Origens

Yusuf Islam, ex-Cat Stevens, remete a seus sucessos dos anos 70 com disco acústico e suave

Por David Browne Publicado em 13/07/2009, às 12h48

WhatsAppFacebookTwitterFlipboardGmail

Quando michelle branch entrou no estúdio em Nashville no ano passado para fazer backing vocals no álbum novo de Yusuf Islam, ela e a outra backing vocal, Holly - neta de Hank Williams -, foram ao encontro do cantor e compositor. O artista - antes conhecido como Cat Stevens - começou cantando uma música ao violão. "A Holly virou pra mim e disse: 'Meu Deus, isso soa... familiar'", recorda Branch. "É a única forma de descrever aquilo. Soou familiar."

Islam quase não gravou música secular desde sua conversão ao islamismo, em 1977. O tsunami de 2004, no sudeste asiático, o inspirou a compor uma canção chamada "Indian Ocean". E em 2006 ele fez um fraco retorno ao pop com o sofi sticado (e carregado de sintetizadores) An Other Cup. Enquanto isso, Islam também estava trabalhando no Moonshadow, um musical que incorpora o antigo repertório de Cat Stevens a um material novo. As músicas novas se tornaram a espinha dorsal de Roadsinger (To Warm You Through the Night), lançado em maio nos Estados Unidos que está saindo agora no Brasil.

Gravado em Nashville, Londres, Los Angeles e Dubai, e produzido pelo próprio Islam, Roadsinger recria intencionalmente a atmosfera relaxante de expoentes do soft-rock como "Moonshadow" e "Morning Has Broken". "Eu ouvi mesmo um pouco o Tea for the Tillerman só para ter uma ideia do som cru e puro que eu alcancei com aquele álbum", diz Islam. "Era aquilo o que eu queria." As letras também trazem temas familiares aos fãs veteranos: o amor, o estado precário do mundo, o renascimento espiritual e o próprio caminho filosófico de Islam. "Boots and Sand" - uma faixa bônus gravada com Paul McCartney e Dolly Parton, disponível no iTunes - retrata um incidente de 2004, quando Islam foi retirado de um avião em Nashville porque seu nome apareceu numa lista de prevenção antiterrorista. "É provável que algumas pessoas tenham pensado que seria uma canção amarga de protesto!", diz ele da atraente canção country. "Mas levei o incidente numa boa. Transformo esses momentos em algo leve, que é como gosto de passar pela vida."

Apesar de não ter intenção de fazer uma turnê, Islam promoverá o CD com pouquíssimos shows. Nessa altura da carreira, Islam se sente mais à vontade com seu legado. "Talvez eu e a minha vida sejamos vistos por muita gente como dois tipos diferentes de vida", ele diz. "Mas isso não é verdade. Se você perguntar 'Quem é Cat Stevens?', ele é o Yusuf agora. E essa é a verdade."