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Folk dos Bálcãs

Beirut desembarca no Brasil em setembro com “bagagem” internacional

Por Adriana Douglas Publicado em 19/08/2009, às 12h57

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Família de Zach Condon tem medo do Brasil
Família de Zach Condon tem medo do Brasil

Zach Condon é norte-americano, tem 23 anos e lidera o coletivo Beirut. Depois de uma viagem à Europa, aos 16, onde teve contato com a música folk mediterrânea, encarou a afinidade com o som e gravou boa parte do primeiro disco da banda sozinho, na cama de seu quarto, com a ajuda de um computador. Prestes a desembarcar no Brasil para shows em São Paulo, no Rio e em Salvador, o músico diz estar "encantado" com a MPB e que sempre tenta incluir elementos brasileiros no trabalho dele.

O que influencia suas composições, além do som folclórico europeu?

Cresci ouvindo música pop norte-americana, como Beach Boys e gente como Van Morrison. Esse é o básico, mas tenho ouvido bastante tropicália, samba e outros sons do Brasil, além das chansons francesas.

Essa será sua primeira vez no Brasil. Quais são as expectativas para o show, as pessoas, o lugar?

Todos da banda estão empolgados, porque o Brasil é estranho, diferente pela música, pelas praias, pela beleza. Norte-americanos são assim, meio medrosos e assustados com a violência. Mas é engraçado, até meus pais ficaram apreensivos e disseram que poderia ser perigoso.

Você já tocou "Leãozinho", de Caetano Veloso, em alguns shows. Como a conheceu?

Tenho quase tudo do Caetano. Sempre fui apaixonado pelas músicas simples dele. Na época, eu não sabia o que signifi cavam. Tenho ouvido muito Jorge Ben [Jor]. Ele sempre foi meu favorito. Também ouvi muito Novos Baianos.

Já pensou em misturar música brasileira à sua música?

Sempre. Na verdade, já tentei, mas nunca tive muito sucesso [risos]. É realmente uma música bem complexa, "comportada". Para mim, é difícil, porque toco música bagunçada, barulhenta. Mas é algo em que sempre fui interessado, apenas não peguei o jeito ainda.

E os planos para um próximo álbum?

Nunca param. Mesmo quando estou na estrada preciso compor. Sinto que estou enlouquecendo quando não estou escrevendo algo. Quando estou viajando, é meio impossível fazer isso. Tenho de guardar tudo dentro de mim. Mas não há nada muito sério para agora.

Você diria que existem dois Zachs Condons: o artista solo e o membro de uma banda?

Sim, cada vez mais me sinto como um artista solo. Meu interesse em estar numa banda é que me sinto profi ssional. Não me considero profi ssional, só crio muita música.

Além do trompete e do uquelele, você se interessa por outro instrumento?

Cavaquinho. Quero comprar um desses. Ouvi no som do Jorge.

"Elephant Gun" foi trilha sonora de uma minissérie brasileira [Capitu, da Globo]. O que achou quando soube

a respeito?

Foi uma grande surpresa. Nunca imaginei que minha música se tornaria conhecida na América do Sul. Um dia, abri minha caixa de e-mails e ela estava abarrotada de mensagens de brasileiros. Ganhei uma caixa com a série e acabei de comprar um DVD player. Agora vou poder assisti-la.