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O Homem-Som

Sonic Junior, de Alagoas, segue na mescla de eletrônica e sonoridades globais

Por Alex Antunes Publicado em 30/09/2009, às 14h35

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Atual encarnação do projeto é mais orgânica - FOTO RUI MENDES
Atual encarnação do projeto é mais orgânica - FOTO RUI MENDES

Juninho Sonic, o Sonic Junior, começou nos anos 90 como baterista adolescente do grupo alagoano Living in the Shit, que orbitava o mangue beat de Recife - e já no segundo CD da banda descobriu a produção eletrônica. Foi quando os vocais peculiares do caseiro do sítio de um amigo e a base composta na recém-adquirida Groovebox acabaram virando uma faixa, "Disco Véio", que ganhou certa notoriedade. Em 2001, saiu o primeiro álbum do (então) duo Sonic Junior, juntando esse suingue brasileiro aos beats e às guitarras (tocadas pelo parceiro Aldo). De cara, o que se notava era uma tragetória paralela à de gente como DJ Dolores e Otto, mas sem o discurso ideológico e formal dos pernambucanos. "Não penso muito em definições. Vou com o som, enquanto ele flui", divaga Juninho. Uma coisa mais pura, menos tensa, mais orgânica (ainda que usando a eletrônica com extrema destreza). Orgânico vem a ser o nome de seu recém-lançado quarto álbum, depois de uma troca de guitarrista (Paulinho, que depois também saiu, na fase em que o duo produziu o trabalho de Paulo Ricardo, e deu base ao PR5) e de duas idas à Europa, com uma turnê por dez países, incluindo uma passagem pelo festival de Roskilde (Dinamarca). O Sonic Junior foi lançado e remixado em compilações gringas.

Nesse meio-tempo, virou um projeto de um homem só, e ganhou sobretons black, jamaicanos e orientais. "Este trabalho do Orgânico eu gravei com mais convidados, na guitarra, piano rhodes, flauta. Mas no palco não sinto falta de mais gente, não, me viro bem sozinho mesmo", se diverte Juninho. Uma visita à sala-quarto-estúdio de Juninho revela a sua nova paixão: um harmônio (espécie de órgão de fole) fabricado em 1935, que ele achou entre as tranqueiras de um antiquário do centro de São Paulo, onde mora. Ele mostra para o repórter a surpreendente sonoridade do instrumento, em dez faixas que já produziu, usando o harmônio como base. Mas você não disse que estava dando um tempo na composição, para descansar dos dois anos de produção de Orgânico, Juninho? "Ah, mas esse é o Sonic in Fole, um projeto paralelo", diz ele, rindo.