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Do Urbano ao Rural

Pensando no terceiro disco, líder do CSS quer fugir da paranoia

Por Tiago Agostini Publicado em 29/09/2009, às 15h16

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Adriano Cintra gosta de fugir da cidade grande - LUIZA SÁ
Adriano Cintra gosta de fugir da cidade grande - LUIZA SÁ

Cerâmica, batik (uma técnica oriental para tingir tecido) e cortinas têm ocupado o tempo livre de Adriano Cintra. De volta a Londres após uma temporada de cinco semanas no Brasil, o líder do CSS (ex-Cansei de Ser Sexy) usa os trabalhos manuais para se acalmar enquanto as férias de sua banda não chegam. Em agosto eles tocam no Japão e depois vão descansar. "Recusamos quatro meses de shows, não aguentamos mais viajar e fazer mala. Outro dia fiz uma mala só de roupa suja, e isso não é legal", comenta. Já com cerca de 14 músicas compostas, no próximo ano o CSS vai se isolar na fazenda da família de Cintra, que fica perto de Ponta Porã (MS), para finalizar as ideias e já gravar pelo menos parte do material ali mesmo, "comendo comida de fogão a lenha, olhando o pôr-do-sol do alpendre e indo ao Paraguai", nas palavras do baixista.

Esse sentimento de isolamento parece ser muito importante de tempos em tempos na vida de Adriano. Enquanto esteve no Brasil este ano, ele buscou refúgio no sítio da família, sem celular, computador e televisão. "É sempre bom dar essa isolada da sociedade, ainda mais morando em Londres, chega uma hora que dá paranoia da urbanidade." O tempo na terra natal serviu também para rever os amigos e fazer dois shows lotados com o Thee Butchers' Orchestra, num clima de festa e descompromisso. "Fazer barulho é legal. A gente conhece bem as músicas, não tem nem que pensar, e umas gin tônicas não vão comprometer a performance."

Adriano ainda mantém suas outras duas bandas paralelas, Ultrasom e Caxabaxa, "voando paradas". "Minhas bandas são como meus álbuns de fotografi a, me lembram de onde eu vim", afi rma. Ele ainda grava material com elas, mas não tem planos de lançar nada - muito menos pela internet. "Dar música de graça já era, todo mundo baixa, mas ninguém escuta, ninguém dá valor.

Acabou o carinho com música, com banda, agora é uma competição louca de quem baixou mais músicas esta semana." Ele revela ainda uma certa aversão à proliferação de opiniões descontroladas pela web. "Todo mundo tem um blog hoje em dia! Isso é o fim da picada, todo mundo falando sua opinião, e quem quer saber? Eu não quero ninguém fazendo isso com minhas músicas."